segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Conto erótico n- 1

-Assim?
-É. Assim.
-Mais depressa?
-Não. Assim está bem. Um pouco mais par...
-Assim?
-Não. espere.
-Você disse que...
-Para o lado. Para o lado!
-Querido...
-Estava bem mas você...
-Eu sei. Vamos recomeçar. Diga quando estiver bom.
-Estava perfeito e você...
- Desculpe.
-Você se descontrolou e perdeu o...
- Eu já pedi desculpa!
- Está bem. Vamos tentar outra vez. Agora.
-Assim'
- Um pouco mais pra  cima.
-Aqui'
- Quase. Está quase!
- Me diga como você quer. Oh, querido...
-Um pouco mais pra baixo.
-Sim.
-Agora para o  lado. Rápido!
-Amor, eu...
-Para cima ! Um pouquinho...
-Assim?
-Ai! Ai!
-Está bom?
-Sim.Oh, sim. Oh yes, sim.
-Pronto.
- Não! Continue.
-Puxa,  mas você...
-Olha aí. Agora você...
- Deixa ver...
-Não, não. Mais pra cima.
-Aqui?
-Mais. Agora pro lado.
-Assim' Para a esquerda. O lado esquerdo!
-Aqui?
-Isso! Agora coça.

(Luis Fernando Verissimo. O rei do rock. Porto Alegre RBS/Globo, 1978. p.43-4)

A onda

A onda
a onda anda
aonde anda
a onda?
a onda ainda 
ainda onda
ainda onda
aonde?
 a onda a onda


(Manoel Bandeira.Poesia completa e prosa.p,354)

Figuras...

Maldito Seja

Maldito sejam essas figuras 
que de figuras não tem nada
Que são apenas embaralho
Palavras sobre palavras

Maldito seja o pleonasmo
que vive a vida a repetir
Tudo aquilo que sabemos
e não precisamos ouvir

Maldito seja o eufemismo
que traz à frase outro sentido
Para aquele que tenha morrido
 da vida tenha desistido

maldita seja a ironia
que passa na cara a verdade
em forma de chacotear a frase 
mas no fundo carrega a maldade


Porém se não fossem essas 
talvez eu não escreveria
O sentido fugiria,
a razão não existiria

Sabes somente que estas
são muitas e eu  replico
sobre elas não sei nada
mas com essas me identifico

Para professora com carinho!
( Um aluno)...



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Regresso

Aos poucos tem aparecido.
Acho que voltou.
O que têm acontecido?
Ah... minha vida mudou!

Minhas noites são tão boas
Nem preciso esperar.
De repente ele chega,
Eu só faço me entregar.

Como é bom senti-lo de volta,
Procuro nem pensar.
Acabou toda revolta,
Agora posso sonhar...

Foi embora a angústia,
A tristeza do abandono.
Pois não há nada mais gostoso
Do que uma boa noite de sono!

leninisia Alencar

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Letargico

As ideias foram embora,
E agora?
A intuição saiu de férias,
decepcionada com as misérias...
O ímpeto saiu,
O impulso dormiu
E o estímulo,
aproveitando este momento
Sumiu!!!

A inspiração disse até breve,
Mas quando está nesse estado
O que ela diz não se escreve...

Isso sem falar na criatividade
Que por sua brevidade,
Resolveu não fazer nada
Se proclamou desocupada!
E a emoção?
Acredite,
diz estar em relaxamento.
Quer fazer reflexão;
não quer envolvimento 
Com o sentimento e
distância do pensamento.
Está de mal do entusiasmo.
Estão dizendo por ai
Que tá de caso com o marasmo.
Pode?!

Leninisia Alencar

sábado, 9 de fevereiro de 2013

O Sino

Elas tocam o Sino
Que não é pequenino
Que não é do menino 
Que não é de Belém
Que não é de ninguém
Mas que  é para o bem!

Elas tocam o Sino 
Pra fazer um pedido
Por sinal atrevido
E também proibido
Que não pode ser dito
Nem pra São Benedito

Elas tocam o Sino
No centro da cidade
Porque sentem saudade
Querem felicidade
Realizar seus desejos
Mesmo em breves lampejos 

E assim vão sonhando 
Vão se fotografando
Seguem a vida levando

Esquecendo o Sino
Que não é pequenino 
Que não é do menino 
Que não é de Belém
Que não é de ninguém
Mas que é para o bem!...

Leninisia Alencar


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Uma história de amor

Era uma vez, uma ilha onde moravam todos os sentimentos. A alegria, a
tristeza, a vaidade, a sabedoria, o amor... e muitos outros .
Um dia avisaram para todos os sentimentos que a ilha iria ser inundada.
Apavorado o amor avisou para todos os moradores que se salvassem.
Todos correram e pegaram seus barquinhos para ir até um morro bem alto.m sua
Só o amor não se apressou. Ele queria ficar um pouco mais em sua ilha. Quando
já estava quase se afogando, o amor correu para pedir ajuda.
Vinha vindo a riqueza, e ele disse. "Riqueza me leve com você!"
 E a riqueza respondeu:
-"Não posso, o meu barco está cheio de ouro e prata, e você não vai caber nele".
Passou então a vaidade, o amor pediu: " vaidade me leve com você!"
E a vaidade respondeu:
-" Não posso,você vai sujar o meu barco novo" posso ir .
Dai passou a tristeza. "Tristeza posso ir com você?"
-"Ah amor... Estou tão triste que preciso ficar sozinha".
Passou a alegria, mas ela estava tão contente que nem deu bola ouvidos ao amor.
Já desesperado, achando que ia ficar só o amor começou a chorar.
Então nesse momento, passou um velhinho e disse:"Sobe amor, eu te levo" O
amor ficou tão feliz que acabou esquecendo de perguntar o nome do  velhinho.
Chegando ao alto do morro, o amor a sabedoria quem era aquele velhinho.
Sabedoria respondeu:
."Era o tempo".
-O tempo?
... Mas porque só o tempo me trouxe até aqui?
E a sabedoria respondeu.
-"Porque só o tempo é capaz de entender um grande amor..."

(Autor desconhecido)


Desejos

Desejo a vocês ...
Fruto do mato
 Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em  pensão do interior
Ouvir uma palavra  amável
Ter uma surpresa agradável
Ver uma Banda passar
Noite de lua cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho.
Sarar de resfriado
Escrever um poema de amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender uma nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão pra alguém
Ouvir chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel, E muito carinho meu.


(Carlos Drummond de Andrade)