sábado, 27 de abril de 2013

Oportunista!

Alguém disse que a felicidade
ensinou os homens que havia tempo,
e, para medi-la, inventaram as horas.

Eu digo que a saudade a seguiu.
Para tornar as horas incontáveis,
os minutos intermináveis e os
segundos insuportáveis!

Quando se trata de saudade,
o tempo não é o melhor remédio,
não é amigo do homem e não traz
a cura...

Na ferida da saudade,
quanto mais se passa
o tempo, mais aumenta a dor!!!

Leninisia Alencar



"(...)
Epigrama n. 2

És precária e veloz, felicidade.
Custas a vir, quando vens, não te demoras.
Fostes tu que ensinaste aos homens  que havia  tempo,
e´para te medir, se inventaram as horas.

Felicidade, és coisa estranha e dolorosa.
Fizeste para sempre a vida ficar triste:
porque um dia se vê que as horas todas passam,
e um tempo, despovoado e profundo, persiste."

(Cecilia Meireles, op. cit.)

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Lisonjo

Por aqui passou um príncipe.
Que visita mais ilustre!
Deixou a marca de seu brasão
e alegrou meu coração...
Tem o olhar ameno:
É tão meigo e tão sereno,
que diante de tal simplicidade
me senti tão pequeno...



                     
Leninisia Alencar

(Celso Rafael meu sobrinho querido)

sábado, 20 de abril de 2013

Reprise

Mais uma vez,
tropecei na ponta 
do meu nariz.
Perguntei, o que 
que eu fiz?!
E a resposta 
então me diz,
que o mal está na raiz:
Dessa estranha mania 
de ver um mundo feliz!
Ai vem a distração,
e esqueço a cicatriz...

Leninisia Alencar

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Asas

Da minha janela

 vejo o avião

que decola e pousa 

no aeroporto...

Logo essa visão

me remete ao Porto!

 Então me transporto

 porque não suporto

a imensa dor 

da distância e solidão

que me separam 

de tudo aquilo

que me traz conforto...


Leninisia Alencar

segunda-feira, 1 de abril de 2013

+ 1 achado de Machado

 "Eu gosto de catar o mínimo
e o escondido.
Onde ninguém mete o nariz,
ai entra o meu, com a curiosidade
 estreita e aguda  que  descobre 
o encoberto."

(Machado de Assis:crônica)

A dança das borboletas

Adoro as borboletas
 Amarelas
São tão belas...

Eu as vejo da janela.

Ressaltam as folhas
 verdes,
Quando pousam sobre
 elas

Com sua dança tão singela,
Transformam o gramado
Numa linda aquarela

O seu voar inquietante,
E o pousar tão saltitante
Lembram o baile da Cinderela:

...Parece até uma valsa
De outra esfera
Como a da Bela e a Fera...


Leninisia Alencar