Abismo

É tanta solidão
Que não da pra definir
Se há muito se deu a hora
E alguém se esqueceu de partir!

Tamanho é o silêncio
E o vazio tão profundo
Que chega a questionar-se, 
Será?...
Ainda faço parte deste mundo?!

Leninisia Alencar

Cenas do cotidiano: O casal

A colher de Benedito

Correram os superiores
Funcionários e professores
Vieram as mulheres de branco
Apressadas pelos corredores
Vinham todos num tropel
Qual a fuga de um corcel
Chamaram o jovem guerreiro
Para intervir na questão
Do casal que se estranhava
Em violenta discussão

Ufa!!!

Foi por pouco;

Mas evitamos uma agressão!

Leninisia Alencar

A mulher nossa de cada dia

Deus quando fez a mulher
Não estava pra brincadeira
Deu-lhe um coração de anjo
E uma alma de guerreira...

Leninisia Alencar

Semana do brincar: Brincadeiras

Pula, pula, pula corda
Solte bolha de sabão
Faça uma enorme
Do tamanho de um balão

Na palma da mão
Bate, bate meu iô, iô
Segura o balangandãs
Gira, girando, girou

Brincando de pega, pega
Corre, corre e não pegou
Foi no esconde, esconde
Se escondeu não sabe onde

Passa, passa anel
E a mão que se fechou
Passe novamente
Porque alguém adivinhou

Seja atencioso
E vá medindo cada ato
Não esbarre ao passar
Na cama de gato

Dê uma cambalhota
Faça pirueta
Vire a estrela
E sai pulando igual perneta

Lá vem  bola gigante
Mão pra lá e mão pra cá
Tentando marcar um gol
 Vão todos a empurrar

A essência do brincar
Torna feliz a infância
Fica sempre na lembrança
E faz com que um adulto
Volte a ser criança

Leninisia Alencar
"Semana do brincar: EPG Benedito Vicente de Oliveira de 19 a 23 de Maio"

Semana do brincar: O Circuito

A estátua se moveu
Agachou-se e se encolheu
Mas ao passar pelo túnel
Não resistiu e correu.

Viu tantas formas e cores
Que os desafios do Circuito 
Lhe fez pensar num jardim em flores...

Se deparou com uma gritaria
Que era pura energia.
Aguçou a percepção
E partiu pra competição

Seguiu sua impulsividade,
Agiu com espontaneidade, 
Testou sua agilidade,
Soltou-se em velocidade!

O importante, era a participação.
Bastava um pouco de equilíbrio,
Resistência e confiança
E liberar a emoção!

Ninguém estava só,
Rolou a descontração
Os mestres orientavam
Brilhava o espírito da União...

Leninisia Alencar
"Semana do brincar , EPG Benedito Vicente de Oliveira de 19 a 23 de Maio"

Benedito no Arraiá

Houve quem tenha dito,
Que ele nunca esteve tão bonito...
Dizem até, que, por vários dias 
Vinha se enfeitando.
 Pois não fazia outra coisa:
" Só vivia se arrumando!"
Parecia um príncipe encantado,
Era retoque por todo lado.
...Exigia um visual 
Que fosse bem caprichado!
Até uma equipe foi convocada
Pra que não saísse nada errado.
Ficou tão perfeito e colorido,
Que  ele tava até exibido...
Logo que o dia amanheceu,
Já se podia aprecia-lo.
Muita gente apareceu 
Querendo admira-lo.
E lá estava ele,
Todo chique e pomposo
Que parecia estar engomado...
Com sua aura de alegria
E bem animado!
Comprando fichas nos caixas,
Escolhendo no Bazar
Já pensando em se embelezar.
Queria ir logo pro Bingo,
Desejava ganhar a Cesta
Pro almoço de domingo!
...Seguiu esquentando as sapatas
Dispostos a se divertir 
Jogando no Tomba latas
O tempo todo a sorrir.
No É Gol deu um chute forte,
Na Pescaria tentou a sorte,
Brincou no Frango na Panela
E acertou tudo dentro dela!
Benedito era só brincadeiras, 
Uma alma em alegria...
Mas de repente, 
Se deu conta das horas do dia;
E saiu a perguntar:
Hein! Alguém sabe o lugar
Dos comes e bebes onde fica?
E logo recebeu uma dica:
Têm as barracas de pipocas,
 Algodão doce, Arroz doce  
 E Canjica!
E não deixe de passar
Na cozinha que está bem sortida,
Com uma enorme variedade
De saborosas comidas!
Ah, e depois de alimentado, 
Nada de ficar parado!
Vá fazer um bom bailado
Lá na quadra, onde rola 
Uma animada Quadrilha 
Com gostosas danças
Apresentada pelas crianças
E um som muito transado.
Benedito desfranziu a testa
Correu para aproveitar tudo
 E dançou até o fim da festa!...

( 27 de Junho, festa Junina na EPG Benedito Vicente de Oliveira)
Leninisia Alencar

Pecador nato

Cometer pecado,
Fazer algo errado,
Se sentir culpado...
Saborear o proibido,
À modo bem escondido.
Sensação de castigo eterno,
O calor do fogo do inferno,
Congelar no mais denso inverno...
Agora tenho a certeza
De que jamais irei pro Céu!
Pois acabo de devorar
Dois enormes 

E bem recheados
Pães de mel🍯🍯

...Tinham o sabor

 da malícia...
Huuuuummmmm, que delícia!!!

Leninisia  Alencar

Adeus Robô

O barulho da construção
O ronco do motor
O latido do cão
A voz do cantador
O som da televisão
As palavras do doutor
O grito da mulher
Alguém perguntando,
O que quer?!...
O choro da criança
O rangido da balança
O que disse o atendente,
Entender me fez contente.
Não sofrer com o ruído
Minha voz tendo sentido...
Tudo isso poder ouvir, 
Conseguindo discernir!
É motivo de sobra pra viver
A cantar e a sorrir!

Leninisia de Alencar

Arte de Criança

Colorindo
Com o colorido
Que coloriu 
O  Colorau.
Uau!
Que Arte legal.
E não é que ficou 
Sensacional...

Leninisia Alencar

  

Refeitório: A hora do Berçário

Tem criança?
Tem lambança!
Arroz no meio da trança.
Sapato caiu no chão:
Voou lá do  cadeirão!
Um pé seguro pela mão,
Alguém fazendo batucada
Bem no caldo de feijão!
Está no fundo deste do prato,
Sua grande diversão,
Encantado por ver entre os dedos
Uma infinidade de grãos...
Com um brilho no olhar,
Todo feliz a brincar
Por descobrir a sensação...

Leninisia Alencar