Veja aquele banco,
Ele é o único no caminho
Foi colocado assim no parque
Representando alguém sozinho.
Ele está todo molhado
Pelas chuvas do Outono:
Que torna tudo amarelado
E o silêncio uníssono.
Pode me ver ali sentado,
Com o meu jeito indescritível?
Não?!
Não tinha me notado?!
Impossível!
Oh! Me desculpe!
E não se culpe;
Acabei de me lembrar
Que meu ser é invisível...
Leninisia Alencar
Colheram uma rosa bela🌹
Para colocar na mesa dela
A intenção do ato preciso,
Era despertar o seu sorriso.
Mas do jeito que ela é sensível
E fácil de se emocionar,
Pode ser que ao olhar a rosa 🌹
Uma lágrima rolar...
Leninisia Alencar
Na escola,
Era dia de teatro
O palco já estava arrumado,
Os atores se preparando
E um lindo cenário montado.
... Só de entrar naquele ambiente,
Dava uma coisa boa na gente:
Uma sensação de alegria
Que no coração explodia!
... Começava o espetáculo,
Entram em cena os Porquinhos
Que logo encantam a plateia;
Dos menores aos grandinhos.
...Na história, corria tudo normal
Até a chegada do Lobo mau,
Que cheio das más intenções
Causou várias confusões...
A criançada, interagia!
Entre risos e gargalhadas
E as mãos no ar espalmadas,
Como uma onda se movia:
Queriam ajudar os Porquinhos.
No salão, tomou conta o vozerio;
Uma balbúrdia que se ouvia,
Dá tremenda gritaria...
Mas dentre esses, saibam vocês,
Que no meio do pessoal,
Havia uma turma, acreditem,
Que torcia pro Lobo mau!
Mas no final,
Tudo deu certo.
Foi ensinado boa moral
Para aquele Lobo esperto.
E assim, terminou bem
Eles fizeram as pazes,
Ficaram todos amigos
E a meninada feliz também.
Teve até comemorações:
Com música e muita dança
Bem aquelas coisas de criança
Que nos aflora as emoções.
Um beijo para a EK Produções
Leninisia Alencar
(Foi maravilhoso ver a felicidade estampada no rosto das crianças ao assistirem a peça de teatro que foi apresentada na EPG Benedito Vicente de Oliveira após quase dois anos de pandemia, onde tivemos que nos submeter à isolamento, distanciamento e uso de máscara. Nosso muito obrigado a EK Produções)
Bernardo, lá vai...
Bernardo, lá vem...
E quem o olha,
Se sente tão bem...
Com seus passos leves
E parada breves,
Deixa alegre o caminho
De quem anda sozinho...
Sua presença serena,
Torna a vida amena
Seu olhar inocente,
Muda tudo na gente...
Seu sorriso é tão lindo,
Que faz com quem o recebe,
Se sinta bem vindo...
...E ao ver o menino
Naquele corredor
Com o seu andador,
Houve alguém que sentiu
Que em seu peito atingiu
Toda força do amor!
Leninisia Alencar
(Bernardo tem 7 anos e é portador de encefalopatia, é aluno do BVO. Ele é apaixonante)
Era fim de inverno
A Primavera chegando
E eu,
Pela avenida caminhando.
...Com a mente nua
Atravesso a rua...
Eis que me deparo
Com uma parte da calçada,
Onde árvores, foram podadas
E a grade do condomínio
Estava toda "florada"
O cimento cobriu-se de verde:
Por cima,
Uma infinidade de flores
De várias espécies.
E de muitas cores
O chão ficou tão colorido,
Parecia que alguém,
Tivesse ali estendido
Um lindo tapete florido.
Eu, que só ando sozinho
Olhei para aquele caminho
E pensei bem assim:
..."Vou fazer de conta
Que tudo isso foi feito
Desse modo tão perfeito
Especialmente pra mim!"
Então, respirei...
E tranquilamente andei
Sobre aquele jardim...
Fim.
Leninisia Alencar
Era uma tarde chuvosa
Uma chuva fina caía
A grama verde molhada
A terra bem encharcada
A árvore grande se pois,
A derramar sementeira
Durante todo o dia
E foi pela tarde inteira
Sentada em uma cadeira,
Observar eu podia
A festa que ali fazia
O Sabiá-laranjeira.
Leninisia Alencar
Um punhado de tampinha
Para formar um "Pimentinha"
Uma branca garrafinha
Pro corpo do "Carequinha"
O elástico amarra enfim,
Para compor o "Piolin"
Um rostinho de alegria
Para lembrar do "Arrelia"
Os olhinhos de butuca
De "Torresmo e Pururuca"
O nariz redondo assim
Para "Espirro e Atchim"
A boquinha bem pintada
Para cantar um
Lá, lá, lá, lá
Com "Patati e Patatá"
Golinha de TNT
Para agradar Você!
Quero riso das crianças
E emocionar quem vê.
...Então, vamos encher a sacola
E mandar tudo para escola!
... Mas afinal, quem quis
Nos fazer tão feliz?
E conseguiu nos surpreender
Com a beleza do seu ser?...
Ah, certamente é alguém
Que é pessoa do bem:
Que o encanto não perdeu
E por isso resolveu,
Doar um pouco do que é seu.
Obrigada! Seu Dirceu!
Leninisia Alencar
Quem olha e vê
O amarelo
Da flor do Ipê
Percebe o quanto
Ele ressalta,
A formosura da Bonitona:
Que tem sobre
A pele oliva,
O tecido verde-azeitona.
Leninisia Alencar
(Para Mara Reis, que está muito linda numa bela foto)
Ultimamente,
Tenho andado
tão à toa
Que tenho levado
Pra minha cama,
Qualquer "Pessoa"
E para acalmar
Os vícios
Tenho estado
Constantemente
No banheiro
Com "Vinícius"
Leninisia Alencar
O inverno
foi tão forte
que o frio,
a rosa atingiu.
Mas a rosa,
se defendeu:
e suas pétalas
protegeu.
Ela, as escureceu!
E então,
alguém correu
e a rosa colheu!
E para a moça da sala
a ofereceu
E agora a rosa,
está sobre a mesa
num vidro com água,
enfeitando o ambiente
com a sua beleza.
E a moça da sala,
ficou toda contente
com a surpresa...
Leninisia Alencar
🌹
Bem pensando,
Já não estou mais no comando
Quanto mais eu mando,
Mais vem desmando!
Então eu ando.
Só não sei ,
Até quando...
Leninisia Alencar
( Publiquei isso no Facebook há 7 anos atrás, mas achei tão atual...)
Vontade de ver
O sorriso seu
E também de poder
Mostrar o meu
Mas diante do que
Aconteceu,
Temos que ficar assim,
De rosto coberto
Sem poder chegar
Mais perto
Devemos usar uma máscara;
E você, usa duas!
...Lembro de nossas histórias,
Não posso contar as minhas
Não dá pra ouvir as suas...
Quando é de tardezinha,
Que você está sozinha
No silêncio da sala,
Ah, a inquietação não cala:
Num impulso me levanto
E vou lá toda contente
Só pra ver a boa moça
De olhar tão sorridente
Leninisia Alencar
(Para Débora Geraldelli que sempre nos recebe com seu olhar cheio de ternura e Valdirene Silva a nossa Val que tem a risada mais gostosa do lugar e é boa de prosa que só!)
Tempos de pandemia
D 24
As panelas azuis,
estão
Sempre postas sobre o
fogão
Esperando que alguém chegue
Para saborear, a gostosa
refeição
Hum...
Que cheirinho bom
Daquele arroz com
feijão
E a mistura
então,
Deve ter gosto de
filé mignon:
Das noites de Réveillon...
... É comida feita por mãe:
Preparada com amor;
Tem o toque de sua
mão
Que dá aquele sabor
Que ficará para sempre
Nas lembranças e no
coração
Eh, trem "bão!"
Leninisia Alencar
( Coisas escritas durante a pandemia; ficava na janela observando a vizinhança)
Eu sou aquela,
que um dia,
vai bater na porta
da formiga.
É... Amiga
Há de chegar o momento,
de se findar,
todo contentamento
desta vida de farra;
De guardar a viola,
de buscar um recanto
e silenciar de vez
o cantar da cigarra...
Leninisia Alencar
Sei que não me quer por perto
É tão perfeita e confortável
Essa distância.
Da presença, qual a importância?
Estragaria tudo, decerto!
...Medito, no silêncio profundo:
Afinal, quem sou eu,
Para me sentir no direito
De querer fazer parte
Do seu novo mundo?!...
Leninisia Alencar
(Phoebis philea philea )
Borboleta amarela
Que eu vejo da janela
La vai ela, la vai ela
Pelo ar tão saltitante
Delicada, toda bela
No seu voo inquietante;
Voa,voa...
Voa, voa...
Bate as asas
Numa boa
Sobe e desce
Desce e sobe
A voar toda esnobe:
Pousa aqui
E pousa ali
Pousa cá
Pousa acolá
Vai pelas matas,
Pelos parques,
Pelos jardins
A voejar;
...Voando por entre
As folhas,
Pra fazer uma boa escolha
Quer depositar seus ovos
E assim deixá-las,
Carregadinhas de bolhas...
Também busca
Uma linda flor
Que tenha
Uma bela cor
Para introduzir
A sua tromba
E se embebedar
Com seu licor.
Leninisia Alencar
D 44
Na janela da frente
Vejo sempre aquela gente:
Morena, jovem, bonita
E descolada.
É uma gente simpática,
Despojada, moderna e tatuada.
Mas o que me deixa encantada,
É uma linda menina
De cabelos longos
Que usa chupeta
E que carrega sempre uma boneca.
Hum! Tem um jeito de sapeca!
Toda vez que ela me vê
Da um lindo sorriso,
Com a mão me joga um beijo
E me faz um aceno...
Ah...
O meu ser fica pequeno;
Sinto um bem estar na alma,
Uma sensação de calma
E o mundo tão sereno:
Como uma manhã de neblina.
Obrigada, linda menina.
Leninisia Alencar
( Para a filha dos meus vizinhos. Sou fã)
As orquídeas de Rita;
Elas estão por toda parte,
Quando florescem no ambiente
São verdadeiras obras de arte.
Estão nos troncos dos coqueiros,
Das árvores e das palmeiras;
Foram colocadas nos galhos
Em pequenos vasos de madeira.
E cada orquídea que ali se abre
Torna o espaço uma floreira.
E a árvore majestosa,
Lembra até uma mulher faceira:
Exibindo seus longos braços
Enfeitados de pulseiras.
E a moça apaixonada
Que gosta tanto da flor
Escreveu num dos vasinhos
O seu nome e o do seu amor.
São orquídeas de várias espécies,
Tamanhos, formas e cores.
Não há quem não se emocione
Ao contemplar, a beleza dessas flores...
São sempre muito bem cuidadas
Um verdadeiro tesouro!
Porém,
A que mais me impressiona
É sem dúvida
A bela chuva de ouro.
Leninisia Alencar
(Homenagem a uma moradora do nosso condomínio que dedica uma parte do seu tempo embelezando os espaços externos com lindas orquídeas: para ela, o nosso Muito obrigado! )
Já são dez meses de distância
Tudo é silêncio e solidão
Sem o riso das crianças
E o cadeado no portão
O mato cresceu tanto,
Mas para o meu espanto
A roseira estava em flor;
Com grandes rosas desabrochadas:
De um vermelho tão intenso
De tamanho esplendor
Que fez com que o andarilho
Esquecesse o seu bom senso
E montasse a sua tenda
No pequeno corredor...
E em meio ao mato enfeitado
Pelas pétalas caídas
Da roseira tão florida
Havia uma movimentação;
Eram as formigas em procissão
Formando uma trilha colorida:
Caminhavam rumo à colônia
Para levarem o recurso
E assim a natureza mostrava
A vida seguindo seu curso...
Leninisia Alencar
( Estamos na pandemia, ontem estive na escola e pude constatar que apesar de tudo a vida segue: o jardim está tão lindo, que um andarilho resolveu montar a sua cabana quase em frente ao portão)
