quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A vizinha

A menina 
da vizinha
diz que tinha
muita espinha 
e o cabelo
cara

Agora ficou
mocinha
faz chapinha.
Tem a pele
bem lisinha,
ela está 
tão bonitinha.

Anda toda
empinadinha,
com a cara
 pintadinha
E por não ficar
quietinha
é chamada de
 galinha.

E a vizinha,
coitadinha!
diz que vinha 
com a faca 
na bainha!

Pra falar com 
Um tal mocinho 
Porque a sua filhinha 
Está toda ocupadinha
Carregando um pacotinho!


Leninisia Alencar

Lembrança

Quando você partiu
Achei que nunca mais
sorriria.
Mas quem  diria...
Que o velho Tempo,
outra face me mostraria. 

Chorei muito pela cidade
de mãos dada com a saudade
Sem imaginar, que pelos mesmos caminhos que fiquei a vagar,
me alegraria uma nova amizade

Em tudo é diferente, 
o seu jeito de ser
Mas te lembra de repente
quando o assunto é viver.

De onde nos olha
não fiques triste
e nem sinta ciúme
Lembre-se,caminhamos ao sopé
E você já está no cume...

Leninisia Alencar

( Para alguém que há muito tempo partiu...)


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Perdida Mente

Quem está no comando,
é a Inquietude.
Que me obriga a calcular
cada Atitude...
Tornando-me escravo 
em minha Solicitude.
Que Solitude...

Quem dita as Ordens,
é o Sobressalto.
Que a todo instante
quer me tomar de Assalto.
E ai vem a Insegurança 
querendo falar mais Alto!

... Tento a todo custo,
não morrer de Susto!
Procuro pela Calma
para Tranquilizar
minh´alma...

Mas quem anda
com largo sorrisos
bem precisos,

É o Medo!
Que não faz 
nenhum Segredo
em apontar o seu
enorme dedo

para a Confusão
que está meu 
Coração.
Totalmente perdido
de tanta Emoção...

O Tremor mandou dizer:
que eu preciso te ver
e segurar a sua mão.

A Dúvida veio me falar:
Que só vou me Equilibrar,
depois de ter o seu olhar.

A Certeza disse:
Tudo isso terá fim,
com você perto de mim...

Leninisia Alencar


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Os achados de Machado

defendia que diante de duas alternativas devemos escolher a melhor, adiando essa escolha até ter informações suficiente sobre as consequências de cada opção.
Com base, alguns autores satirizam essa ideia imaginando um asno diante de dois montes de palha iguais e aguardando para decidir qual dos dois comer.
Assim teve origem o asno de Buridan.

O  filósofo de Buridan ( séc XIV)

( Citação de Machado de Assis em o Alienista)

Em mim

Tenho estado comigo.
Mas não é sempre,
que consigo.
Queria ser mais...
mais meu amigo!

Às vezes tenho a impressão,
de que nunca vou vencer
tão poderoso inimigo.

Já cheguei a conclusão,
que essa incansável 
tentativa de aproximação,
é o meu real castigo.


Leninisia Alencar





Eu e Gheri Black

Alguém disse,
que não estamos bem
Mas também...
Não consigo mudar a imagem!
Parece bobagem?
Impossível uma postagem!
Vai mal entre nós,
Não consigo desatar os nós!
Estamos sempre a sós
Como  casca e noz.
Ninguém ouve a nossa voz
Que se cala logo após
Eu desistir da sua foz.
Será um caso de amor,
Entre mim e o computador?!!.

Leninisia Alencar

Causa e efeito

Dormiu durante a peça
que era ruim à beça
justificou dizendo,
que o caso acontecido
ser causa e efeito
por ter adormecido!

Leninisia Alencar

O pé de sapato

Depois da palestra,

Pintou um convite extra.

Saímos a caminhar, 

Andando pela cidade, 

Ela tinha uma novidade 

E queria me contar.

Foi tomada a decisão, 

fomos para a estação.

Em algum lugar havia,

 Uma bela exposição.

No metrô em momentos, 

E sem estarmos muito atentos

Embarcamos no vagão;

Vimos que o itinerário,

 Era sentido contrário

Do que se queria então.

É a porta que abre e fecha, 

E mais rápido que uma flecha

Ela se detém no ato, 

faz um gesto e um relato

E me diz num tom exato 

que perdeu um pé de sapato!

Baixo os olhos de percalço,

E descubro de repente

Um dos seus pés descalço.

E o que restava fazer? 

Próxima estação descer!

E toca a procurar, 

Um sapato pra comprar.

Foi uma longa jornada, 

Todas as lojas fechadas

Não se encontrava nada!

 Ela toda chateada,

Me dizia: 

-Eu nem ligo,

 Negocio com o mendigo!

A cena era inusitada,

 Uma multidão parada

Questionava a razão:

O que será aquela moça,

 descalça na plataforma

Com um sapato na mão?

 Que confusão...

Será religião? Manifestação?

Ou pura diversão?... 

Não! Não era uma ilusão.

Se tratava de um fato 

Bem no centro do metro,

 Uma moça sem sapato.

O povo não entendia 

porque aquilo acontecia,

Tiraram fotografia!

Era um entra e sai do trem, 

Não se olhava pra ninguém.

Até que a ideia vem:

Vai lá fora pra comprar 

Um chinelo pra eu calçar;

Aqui fico a esperar!

-E bem rápido me traz,

No mesmo tom do sapato

 Que era da cor lilás.

 Quando o chinelo chegou, 

Nos seus pés ela os calçou.

 E  foi assim,

Que seguimos feliz sorrindo

Pro passeio de domingo;

 Foi um dia muito lindo!

 

Leninisia Alencar

  (Minha amiga Andreia Paixão sempre causando...)