Depois da palestra,
Pintou um convite extra.
Saímos a caminhar,
Andando pela cidade,
Ela tinha uma novidade
E queria me contar.
Foi tomada a decisão,
fomos para a estação.
Em algum lugar havia,
Uma bela exposição.
No metrô em momentos,
E sem estarmos muito atentos
Embarcamos no vagão;Vimos que o itinerário,
Era sentido contrário
Do que se queria então.
É a porta que abre e fecha,
E mais rápido que uma flecha
Ela se detém no ato,
faz um gesto e um relato
E me diz num tom exato
que perdeu um pé de sapato!
Baixo os olhos de percalço,
E descubro de repente
Um dos seus pés descalço.
E o que restava fazer?
Próxima estação descer!
E toca a procurar,
Um sapato pra comprar.
Foi uma longa jornada,
Todas as lojas fechadas
Não se encontrava nada!
Ela toda chateada,Me dizia:
-Eu nem ligo,
Negocio com o mendigo!
A cena era inusitada,
Uma multidão parada
Questionava a razão:
O que será aquela moça,
descalça na plataformaCom um sapato na mão?
Que confusão...
Será religião? Manifestação?
Ou pura diversão?...
Não! Não era uma ilusão.
Se tratava de um fato
Bem no centro do metro,
Uma moça sem sapato.
O povo não entendia
porque aquilo acontecia,
Tiraram fotografia!
Era um entra e sai do trem,
Não se olhava pra ninguém.
Até que a ideia vem:
Vai lá fora pra comprar
Um chinelo pra eu calçar;
Aqui fico a esperar!-E bem rápido me traz,
No mesmo tom do sapato
Que era da cor lilás.
Quando o chinelo chegou,
Nos seus pés ela os calçou.
E foi assim,
Que seguimos feliz sorrindo
Pro passeio de domingo;
Foi um dia muito lindo!
Leninisia Alencar
(Minha amiga Andreia Paixão sempre causando...)
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