Adeus Porto,
Dos meus anseios
Dos meus sonhos
E devaneios...
No teu contexto
Meu olhar se farta
Segundo a segundo
Antes que eu parta...
Ante ao arquitetônico despido
Me senti invadido
Totalmente inebriado
Pelo seu colorido
Seus Amarelos-mostarda,
Meu tom preferido...
...A vagar neste ensejo
Perdido me vejo
Ardendo em desejos,
Enamorando, os teus azulejos...
Minha alma a viajar
Por seus antigos casarios
Volitando assombrada
Por seus prédios centenários:
A atravessar janelas
Antigas e envidraçadas,
De cortinas românticas e delicadas.
Na Belle Epóque, se viu, extasiada...
Então assim esvoaço
Nesse tempo e espaço
Pelas varandas e terraços,
Almejando, ficar em teus braços...
Suas ruas tão estreitas,
Suas pequeninas travessas,
Me fazem esquecer
De um mundo que vive às pressas...
Não raro, tropeçam os andarilhos
Ao se encantarem por seus ladrilhos:
Bebem nas fontes, cruzam as pontes,
Vão pelas praças, correm os trilhos...
Inveja faz-me a gaivota
Pois tem toda liberdade
E pode ousar em sua rota
Sobrevoando pela cidade:
Decola e pousa sobre os telhados,
Nas chaminés e nos beirais
Paira nos muros, nos tetos dos carros,
Anda nas ruas e desce aos quintais
Suas tentativas sorrateiras
A surrupiar os peixes dos cestos
Como a fazer brincadeiras...
Depois volta pro mar
Para o seu constante ir e vir
Sem nunca se preocupar
Com a hora de partir...
Adeus Porto,
Dos meus anseios
Dos meus sonhos
E devaneios...
Leninisia Alencar
( Dedico este poema ao querido amigo Senhor Rubim)
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