sexta-feira, 28 de agosto de 2015

No meio do caminho havia um menino

Havia um menino no meio do caminho...

Que no parque  
E na quadra
Pulava e corria,
Em meio aos brinquedos
Na maior gritaria
No refeitório, na sala
Comandava a folia...

Mas de repente, 
Ele parava
Assim que a via
E logo dizia:
-Oi tia!...

Estivesse, onde estivesse
Ele a reconhecia...
E a senhora grisalha,
Já largava a labuta
Do seu dia-a-dia

Pra ganhar o abraço 
E sentir a magia,
Se envolvendo num laço
Da mais pura energia...


Ele suspenso
Em seus braços,
Girando pelo ar
Em plena euforia,
Começava a falar:

"-Você sentiu saudades de mim?,
-Você ficou com muitas saudades de mim?"

...Era sempre assim

...Era como se ele viesse,
De um tempo distante
De histórias de amor sem fim
Pra lhe dizer num breve instante;

Que os anjos o enviaram,
Simplesmente pra despertar
A importância de se amar...

... Seus olhos negros,
Qual jabuticaba
Que traziam a certeza
Do final da tristeza
E da alegria que não se acaba

...Aquela criatura 
Tão pequena
De expressão inocente,
Espontânea e serena
Na sua simplicidade,
Mostrando
O quanto a vida vale a pena! 



Leninisia Alencar
"
"Maycon Douglas, 4 anos, aluno do Estágio 1 D," BVO "que faltava muito.
 Mas, que toda vez que me via tinha este tipo de reação, da qual eu me emocionava muito"

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Pessoando

Leve, breve suave
Um canto de ave
no ar com que principia
O dia
 Escuto, e passou...
Parece que foi só porque escutei
Que parou.
(...)

Fernando Pessoa

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Crepuscular

O céu estava lilás
Com um lindo fundo rosa
E pequenas nuvens,
Flutuando vagarosas:

De tons arroxeados 
Delicadas e formosas
Uma lua crescente prata
Tão recatada, tão graciosa...

 Um ser solitário,

Admirando encantado
Se perguntava:

-Como uma noite
 pode chegar de forma
tão esplendorosa?


Leninisia Alencar

domingo, 16 de agosto de 2015

Voragem

Quando menina,
Só fazia molecagem
Tão traquina e endiabrada,
Que assustava a própria imagem!  
Nas brincadeiras e nos jogos,
Vivia levando vantagens...

Quando cresceu,

Só de sacanagem,
Resolveu mudar a imagem!
Ela fez uma tatuagem
E partiu para uma viagem
Carregando na bagagem
Um roteiro de coragem
Que lhe dava liberdade 
De viver só de bobagem...


Leninisia Alencar

O N de Nuno

Nuno é um neném
Que só nana 
Ouvindo canções 
De ninar.
Nana neném, nananananananananana
Nanananananananananananannannnn...
Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz...

Leninisia Alencar

"Para Nuno Fernando meu neto"

Poema para Nuno

Quero em breve 
Estar contigo

Assistir seus primeiros passos
De andar cambaleante,
Ser iluminado
Pelo seu olhar brilhante.

Ver seu sorriso de encantamento
Na descoberta deste momento.

Sentir o seu cheiro bom,
Desfrutar de sua alegria.
Poder te abraçar
E beijar tua pele macia.

Ouvir teu balbuciar
E fazer dele,
A canção do meu dia-a-dia...

Quero ser guiado
Pelo seu gesto inocente;
Me fazendo acreditar
Que uma nova vida,
Ainda é o melhor presente!!!


Leninisia Alencar

( Para Nuno Fernando, meu neto)



Grisalhando

A mulher do saco,
Escondia seus medos
E tinha  segredos
Ela mexia seus dedos
Fazendo muitos sacos
Pra guardar os brinquedos

Ela fazia sacolas
Para toda a escola
Para enchê-las de bolas,
Para por  bambolês,
Para carregar livros:
Que contavam histórias
Até de mortos e vivos;
Que continham emoção
E muita assombração!


Leninisia de Alencar


(Para minha amiga Angêla Maria que me chama de "A véia do saco"