sábado, 26 de julho de 2025

Como tal e qual

 Às vezes, eu me sinto,

Como aquele morcego

Que estava lá na caverna 

De cabeça para baixo

Só curtindo o seu sossego:


Na sua vida de notívago,

Relaxado e bem quieto

Afiando o seu sonar

Para assim poder caçar

Tranquilamente o seu inseto.


Ele fazia, ti, ti, ti, ti, ti...

Num frenético farfalhar

E voltava  pra sua amada

Para poder se acasalar.


Voava sempre a trissar,

Compondo seu repertório

Mas um dia, de repente,

Ele foi capturado, 

Acusado e condenado!


Levando assim,

Toda a culpa no cartório;

De algo que escapou

Por um pequeno descuido

De um tal laboratório...


"...Há coisas, que a gente não gosta.

...Há coisas, que o poeta não posta:

Isso, lhe trará desassossego.

Ou ele se cala de vez

Ou acabara como o morcego!"


Leninisia Alencar


( Isso foi escrito há muito tempo...Só Deu coragem de postar agora. Aí que medo!)


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