Às vezes, eu me sinto,
Como aquele morcego
Que estava lá na caverna
De cabeça para baixo
Só curtindo o seu sossego:
Na sua vida de notívago,
Relaxado e bem quieto
Afiando o seu sonar
Para assim poder caçar
Tranquilamente o seu inseto.
Ele fazia, ti, ti, ti, ti, ti...
Num frenético farfalhar
E voltava pra sua amada
Para poder se acasalar.
Voava sempre a trissar,
Compondo seu repertório
Mas um dia, de repente,
Ele foi capturado,
Acusado e condenado!
Levando assim,
Toda a culpa no cartório;
De algo que escapou
Por um pequeno descuido
De um tal laboratório...
"...Há coisas, que a gente não gosta.
...Há coisas, que o poeta não posta:
Isso, lhe trará desassossego.
Ou ele se cala de vez
Ou acabara como o morcego!"
Leninisia Alencar
( Isso foi escrito há muito tempo...Só Deu coragem de postar agora. Aí que medo!)
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