segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Um grande achado de Machado

Para as rosas, o jardineiro é eterno

(Bernard Le bovier de Fontenelle)

(citação de MACHADO DE ASSIS em Quincas Borba)
Rosas, quando recentes, importam-se pouco ou
nada com as cólera dos outros; mas, se definham,
tudo lhes serve para vexar a alma humana. Quero crer que este costume nasce da brevidade da vida.

“Para as rosas, escreveu alguém, o jardineiro é eterno”.
Eu passo, tu ficas, mas eu não fiz mais que florir e aromar ,servi a donas e a donzelas, fui letra de amor, ornei a botoeira dos homens,
Ou expiro no próprio arbusto, e todas as mãos, e todos os olhos me trataram e me viram com admiração e afeto. Tu não, ó eterno, tu zangas-te! Tu padeces, tu choras, tu afliges-te! A tua eternidade não vale um só dos meus minutos.

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