domingo, 30 de junho de 2013

Peripécias do vento

O vento ventava
Tudo voava e esvoaçava
Varreu a rua vazia
Vaiou a brisa,
E a chamou de vadia!
Ela revidou,
Estava feito a ventania!
Esvoaçaram-se pelas janelas,
Quebraram vasos,
Arrebentaram as vidraças,
Arrancaram as árvores 
Apagaram velas, 
Voaram as tigelas;
Vingavam-se, atirando panelas...
Vixe Maria!!!
Agora o vento se divertia...
 Levantou o véu da noiva
Que vaidosa, ficou raivosa, 
Fez voar a vassoura 
 Da velha viúva Val;
Que veio voando ver o varal
Esta nervosa, xingou o vendaval
Foi vaiada de novo e ainda levou ovo!...
Vinha vindo uma tempestade,
Cheia de poder e vaidade.
Quando o vento a viu...
Virou um furacão!
Voou para cima dela,
Fez barulho de trovão:
Viu-se no céu um clarão.
...Vieram as diversidades,
Vararam noite adentro,
Viraram uma  calamidade...
Tá duvidando?
Venha ver se não é verdade
Veja como ficou a cidade!... 

Leninisia Alencar

sábado, 29 de junho de 2013

Cris...

 Um nome que diz,
Um bem que se quis,
Um sorriso feliz.
Uma presença querida,
Uma ausência sentida.
Seu calmo semblante
Levarei saudades,
Da paz que traz
Seu olhar tão brilhante...


Leninisia Alencar

(Para a coordenadora do EPG Benedito Vicente de Oliveira)
"Obrigada por todo carinho, atenção e respeito com que me tratou"




Horas&Bolas...

No trabalho, 
Tem gente com preguiça,
Que fica enchendo linguiça!
Tem gente que enrola, 
E enche bola na escola!
Uns com ares de doutor,
Disfarçados de trabalhador
Em frente ao computador...

Leninisia Alencar



terça-feira, 25 de junho de 2013

No ritmo da chuva...

Hoje está chovendo forte,
Dizem, que é bom e traz sorte.
O telhado é de zinco.
O trabalho, é afinco.
Faz barulho no teto
E ninguém fica quieto.
Um ambiente contagiante,
E o ritmo, eletrizante.
É época de festa junina,
Muita gente pequenina:
Têm menino e menina
E um som que alucina.
Rola música e danças,
Brincadeiras das crianças:
Mamadeiras e lambanças.
É chupeta que voa,
Menino que cai a toa.
Chega a hora do almoço,
Vira àquele alvoroço!
Entre baldes e vassouras,
Os gritos das professoras.
A torneira que  pinga...
A tia que xinga...
...Alguém que se perdeu!
A calma do professor Tadeu...
Tem a professora Lia,
Com toda a sua simpatia.
Atendimento na secretaria;
É agente, assistente,
Um entra e sai de gente:
Uns vêm mal e outros contente.
Ufa!!!
Olha vice! Ih, a diretora!!!
Xiiiii, lá vem a coordenadora!
Parece uma grande folia?
Nada disso!
É só o trabalho de mais um dia.


Leninisia Alencar

E.P.G. BENEDITO VICENTE DE OLIVEIRA: 25/06/2013


domingo, 23 de junho de 2013

Atônito

A NATUREZA NÃO DA SALTOS;
Devemos respeitar seus passos.
"UMA FLOR NÃO NASCE ANTES DO TEMPO!"

Mas tenho pressa de ter um jardim...
 Não há tanto tempo assim!
  É inevitável o fim. 
Gostaria de ver flores
Ao meu redor agora!
E não de olhos fechados, 
Tê-las sobre  mim...

Leninisia Alencar

sábado, 22 de junho de 2013

Em Cobre!

  •  Não cobre
  •  O cobre
  •  Que cobre
  • O pobre
  •  Isso não se encobre:
  •  Se  descobre...

  •  Então dobre
  •   O cobre
  •  Que cobre 
  • O pobre

  • Foi pouco?  Redobre! 
  • Difícil?   Obre!
  •  Não logre!
  • Enrolou?                     Desdobre!!!
Leninisia Alencar


domingo, 16 de junho de 2013

Cotidiano " EM VERSO&INVERSO"

De manhã fui pro trabalho
Pra garantir o honorário
Mas sai no primeiro horário

Peguei a Van Expressa

Que estava lotada e corria a beça;
Porque todos tinham pressa

Fez zig-zag na pista

Houve uma ordem do motorista:
Pra que se abaixassem os passageiros:
Ao passar pelos bombeiros

Pro metrô, e afinal,

Cheguei ao hospital
Pra rotina de exames 
Que é sempre igual.

Quando entro no espaço,

Ocupo logo a cadeira
Puxo a manga, mostro o braço

Sob o olhar da enfermeira
Que tem na mão a agulha de aço
Presa à pequenina mangueira:

-Feche a mão e faça força!

-Se doer não se contorça!
Muitos são os fiascos;
Desta vez, ela encheu dez frascos... 

São anos de frequência

Já sou um perito em paciência
Para o mal não há cura,
Nem tão pouco a alma é pura!

Que aventura...

Da farmácia sou freguesa,
O atendimento? Uma beleza!
O que! Acha que isto é uma vida dura?

Bobagem!

Melhor agulha na veia
Do que fagulha da "Véia" :
( A diretora)


Leninisia Alencar

De mestre para mestre

Meu Quintana, os teus cantares
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares

Quinta-essência de cantares
Insólitos, singulares...
Cantares? Não! Quintanares!

Quer livres, quer regulares,
Abrem sempre os teus cantares
 Como flor de quintanares

São cantigas sem esgares
Onde as lágrimas são mares
De amor teus quintanares

São feito esses cantares
De um tudo-nada: ao falares,
Luzes estrelas luares.

São pra dizer em bares
Como em mansões seculares
Quintana, os teus quintanares.

Sim, em bares, onde os pares
Se beijam sem repares 
Que são casais exemplares

E quer no pudor dos lares
 Quer no horror dos lupanares
 Cheiram sempre os teus cantares

Ao ar dos melhores ares
Pois são simples, invulgares 
Quintana, os teus quintanares

Por isso peço não pares,
Quintana, nos teus cantares
Perdão! digo quintanares.

"Poema de Manoel Bandeira para Mario Quintana: recitado em 25 de agosto de 1966 em homenagem aos 60 anos de Quintana"

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Cardápio



  1. Pachorrenta
  2. RABUGENTA
  3. Nunca senta
  4. SÓ INVENTA
  5. Tudo enfrenta
  6. QUEM AGUENTA
  7. O ardido da pimenta?
  8. E TEM CARA DE POLENTA
  9. Interessa?...
  10. EXPERIMENTA!!!
  11. Pra acalmar, tome água benta.


Leninisia Alencar

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Antagônico

Não me de bom dia!
Se me olhar, 
não sorria!
Você não faz parte
da minha alegria!
Que ironia,
Eu ser envolto
no seu dia-a-dia.
Ai que agonia!!!


Leninisia Alencar

terça-feira, 11 de junho de 2013

O Pardal (Eles passarão eu passarinho)

Na sua passagem secreta
Ele está sempre em alerta
Em seu posto expiatório
Observa o refeitório
Apesar do enorme público
Não importa, ele é o único
É a turma em retirada
E um voar feito rajada
Vendo livre o ambiente
Faz um pouso displicente
Agora o mais interessante
Vai acontecer então
Com seu bico elegante
Come todo o arroz do chão
Chega um novo regimento
Põe suas asas em movimento
Pro telhado num momento
Nos olhares há carinho
Pro pequeno passarinho
Ninguém quer lhe fazer mal
Todos gostam do Pardal...

Leninisia Alencar


"Eles passarão eu passarinho:frase do Poeminha- do-contra de Mario quintana, "Prosa e verso" .

5.5

Não sei se é do destino,
Se é coisa de menino
Ou se vem do ensino,
Se é capricho da coincidência
Ou próprio da inocência;
Mas a mim não compete
Discutir o que se repete.
Apesar de toda a idade
É sempre a mesma realidade: 
Vem como dona verdade 
Me afrontar a liberdade!

Leninisia Alencar


terça-feira, 4 de junho de 2013

O balaieiro

Lá vai o vendedor de  balaio
Cantando  a cantiga
Que é muito antiga:
"Oi segura, segura! 
Se não eu caio"

Vai pelas ruas de pedras
Marcando o compasso
Caminhando leve
Na cadência do passo

Ele anda descalço,
Enfrenta o percalço
E segue com cuidado
Pra não pisar em falso

Seus braços são fortes
Suas pernas potentes
Suas mãos calejadas
Seus pés são valentes
Sua tez é queimada
Seu rosto imponente

Tem na  sua cabeça,
Um grande chapéu de palha
Cabelos ao vento, 
não se atrapalha
No olhar indeciso,
um expressar preciso
Nos lábios o sorriso,
Respirar, é conciso

Leva em cima dos ombros, 
Com muito balaio
E também com esteira
Um galho forte envergado
Mas este não quebra,
É pura madeira!

Leninisia Alencar