domingo, 16 de junho de 2013

De mestre para mestre

Meu Quintana, os teus cantares
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares

Quinta-essência de cantares
Insólitos, singulares...
Cantares? Não! Quintanares!

Quer livres, quer regulares,
Abrem sempre os teus cantares
 Como flor de quintanares

São cantigas sem esgares
Onde as lágrimas são mares
De amor teus quintanares

São feito esses cantares
De um tudo-nada: ao falares,
Luzes estrelas luares.

São pra dizer em bares
Como em mansões seculares
Quintana, os teus quintanares.

Sim, em bares, onde os pares
Se beijam sem repares 
Que são casais exemplares

E quer no pudor dos lares
 Quer no horror dos lupanares
 Cheiram sempre os teus cantares

Ao ar dos melhores ares
Pois são simples, invulgares 
Quintana, os teus quintanares

Por isso peço não pares,
Quintana, nos teus cantares
Perdão! digo quintanares.

"Poema de Manoel Bandeira para Mario Quintana: recitado em 25 de agosto de 1966 em homenagem aos 60 anos de Quintana"

Nenhum comentário:

Postar um comentário