domingo, 30 de dezembro de 2012

Bem-vindo

Porto,
Que tem um porto,
Que não é morto
E nem é puro
E nem tão pouco
"porto seguro"
Mas quem sabe,
Será o Porto
A cidade
Do meu futuro?!


Leninisia Alencar



quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A vizinha

A menina 
da vizinha
diz que tinha
muita espinha 
e o cabelo
cara

Agora ficou
mocinha
faz chapinha.
Tem a pele
bem lisinha,
ela está 
tão bonitinha.

Anda toda
empinadinha,
com a cara
 pintadinha
E por não ficar
quietinha
é chamada de
 galinha.

E a vizinha,
coitadinha!
diz que vinha 
com a faca 
na bainha!

Pra falar com 
Um tal mocinho 
Porque a sua filhinha 
Está toda ocupadinha
Carregando um pacotinho!


Leninisia Alencar

Lembrança

Quando você partiu
Achei que nunca mais
sorriria.
Mas quem  diria...
Que o velho Tempo,
outra face me mostraria. 

Chorei muito pela cidade
de mãos dada com a saudade
Sem imaginar, que pelos mesmos caminhos que fiquei a vagar,
me alegraria uma nova amizade

Em tudo é diferente, 
o seu jeito de ser
Mas te lembra de repente
quando o assunto é viver.

De onde nos olha
não fiques triste
e nem sinta ciúme
Lembre-se,caminhamos ao sopé
E você já está no cume...

Leninisia Alencar

( Para alguém que há muito tempo partiu...)


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Perdida Mente

Quem está no comando,
é a Inquietude.
Que me obriga a calcular
cada Atitude...
Tornando-me escravo 
em minha Solicitude.
Que Solitude...

Quem dita as Ordens,
é o Sobressalto.
Que a todo instante
quer me tomar de Assalto.
E ai vem a Insegurança 
querendo falar mais Alto!

... Tento a todo custo,
não morrer de Susto!
Procuro pela Calma
para Tranquilizar
minh´alma...

Mas quem anda
com largo sorrisos
bem precisos,

É o Medo!
Que não faz 
nenhum Segredo
em apontar o seu
enorme dedo

para a Confusão
que está meu 
Coração.
Totalmente perdido
de tanta Emoção...

O Tremor mandou dizer:
que eu preciso te ver
e segurar a sua mão.

A Dúvida veio me falar:
Que só vou me Equilibrar,
depois de ter o seu olhar.

A Certeza disse:
Tudo isso terá fim,
com você perto de mim...

Leninisia Alencar


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Os achados de Machado

defendia que diante de duas alternativas devemos escolher a melhor, adiando essa escolha até ter informações suficiente sobre as consequências de cada opção.
Com base, alguns autores satirizam essa ideia imaginando um asno diante de dois montes de palha iguais e aguardando para decidir qual dos dois comer.
Assim teve origem o asno de Buridan.

O  filósofo de Buridan ( séc XIV)

( Citação de Machado de Assis em o Alienista)

Em mim

Tenho estado comigo.
Mas não é sempre,
que consigo.
Queria ser mais...
mais meu amigo!

Às vezes tenho a impressão,
de que nunca vou vencer
tão poderoso inimigo.

Já cheguei a conclusão,
que essa incansável 
tentativa de aproximação,
é o meu real castigo.


Leninisia Alencar





Eu e Gheri Black

Alguém disse,
que não estamos bem
Mas também...
Não consigo mudar a imagem!
Parece bobagem?
Impossível uma postagem!
Vai mal entre nós,
Não consigo desatar os nós!
Estamos sempre a sós
Como  casca e noz.
Ninguém ouve a nossa voz
Que se cala logo após
Eu desistir da sua foz.
Será um caso de amor,
Entre mim e o computador?!!.

Leninisia Alencar

Causa e efeito

Dormiu durante a peça
que era ruim à beça
justificou dizendo,
que o caso acontecido
ser causa e efeito
por ter adormecido!

Leninisia Alencar

O pé de sapato

Depois da palestra,

Pintou um convite extra.

Saímos a caminhar, 

Andando pela cidade, 

Ela tinha uma novidade 

E queria me contar.

Foi tomada a decisão, 

fomos para a estação.

Em algum lugar havia,

 Uma bela exposição.

No metrô em momentos, 

E sem estarmos muito atentos

Embarcamos no vagão;

Vimos que o itinerário,

 Era sentido contrário

Do que se queria então.

É a porta que abre e fecha, 

E mais rápido que uma flecha

Ela se detém no ato, 

faz um gesto e um relato

E me diz num tom exato 

que perdeu um pé de sapato!

Baixo os olhos de percalço,

E descubro de repente

Um dos seus pés descalço.

E o que restava fazer? 

Próxima estação descer!

E toca a procurar, 

Um sapato pra comprar.

Foi uma longa jornada, 

Todas as lojas fechadas

Não se encontrava nada!

 Ela toda chateada,

Me dizia: 

-Eu nem ligo,

 Negocio com o mendigo!

A cena era inusitada,

 Uma multidão parada

Questionava a razão:

O que será aquela moça,

 descalça na plataforma

Com um sapato na mão?

 Que confusão...

Será religião? Manifestação?

Ou pura diversão?... 

Não! Não era uma ilusão.

Se tratava de um fato 

Bem no centro do metro,

 Uma moça sem sapato.

O povo não entendia 

porque aquilo acontecia,

Tiraram fotografia!

Era um entra e sai do trem, 

Não se olhava pra ninguém.

Até que a ideia vem:

Vai lá fora pra comprar 

Um chinelo pra eu calçar;

Aqui fico a esperar!

-E bem rápido me traz,

No mesmo tom do sapato

 Que era da cor lilás.

 Quando o chinelo chegou, 

Nos seus pés ela os calçou.

 E  foi assim,

Que seguimos feliz sorrindo

Pro passeio de domingo;

 Foi um dia muito lindo!

 

Leninisia Alencar

  (Minha amiga Andreia Paixão sempre causando...)




sábado, 6 de outubro de 2012

Amantes...

Na minha cama,
 pode não ter passado bons homens:
 Mas, os melhores livros,
ah, estes com certeza!
 Sempre, lá estiveram.
 E por Lá se mantiveram;
 sempre bem recebidos
 quando vieram.
 Dei toda a minha atenção
 para tudo o que me disseram.
 Só não dá para explicar
 e muito menos contar
 o que tudo
 e todos eles comigo fizeram.

E ainda são muito bem-vindos
 todos que a mim vem,
 pois sabem com certeza,
 como os recebo bem.
 Mas é óbvio, dependendo do que
 contem ou contêm.
 Não importa se são fatos
 ou história de anteontem
 ou de outrem.

São sempre desejados,
 esperados e muito amados.
 Sufocados e até muitas vezes
despedaçados,
 tal é o impacto do envolvimento
 e a dimensão do encontro,
 dos então enamorados.

Sim. Porque na maioria dos casos,
 me apaixono perdidamente.
Mas a nenhum sou fiel,
 infelizmente...
 Ou estou com um e,
 em outro pensando
ou estou com outro e,
 de um lembrando.

Com um abraçado e,
 pra outro olhando.
 E quem será o próximo?
 Já imaginando.
 E para este,
 já me preparando.

Há sempre um deles comigo,
 hora companheiro, hora parceiro,
hora conselheiro e por que não,
 um bom amigo?
 Sim meu caro, amigo!
 O que?
Quer que eu vá mais além?
 Repartir, relatar.
Em detalhes contar
 e também explicar?
 Se já lá no início
 lhe falei do perigo
 de não poder falar
Basta só me lembrar!

Ah por favor!
 Pare com esse terror,
 chega de me atentar!
 Eu já fiz juramento,
 basta deste tormento,
  até em pensamento
 eu quero me calar...

 Sei do que sou capaz
 se o verbo rasgar.
  É uma palavra,
 e não vou mais parar.
 Tens que estar preparado
 pro que vais escutar.
 E se ficares chocado
 não adianta rezar.
Porque esse meu lado
não dá para controlar.

 São lembranças constantes,
viagens alucinantes,
 noites de luxúria
 e momentos inebriantes.

 Romances picantes,
 olhares provocantes,
 Beijos chocantes
sensualidades radiantes,

Encontros marcantes
histórias apaixonantes
 de entregas delirantes...

Perguntas e respostas tão intrigantes.
 Informações importantes,
 Atos e fatos tão impressionantes.

 Confissões, declarações,
segredos valiosos
 qual diamantes.
 Que só podem ser vividos,
 pelos mais ousados amantes.

Nossa! Meu Caro,
 ainda assim
 quer que eu siga adiante?
 Bem...
 Se é isto o que desejas,
 não serei eu, arrogante.

Em versos e prosas
e sem fazer glosas narrarei.
Tudo tudo, não direi, e nem poderei.
 Mas boa parte, contarei.
 E então, pronto pra ouvires?

Fico a dever na eloquência,
será tumultuada a sequência!

Começo revelando um mistério...
Sou enfeitiçada pelo " Aurélio"!
E seguimos adiante
 abrindo uma homenagem
 ao imortal Miguel de Cervantes.
 Saindo a cavalgar com o cavaleiro errante.
 E quem não se desmancha,
 por Dom Quixote de La Mancha?
E imagina ter por herança
 a fidelidade de Sancho Pança

 Onde estive e voltar espero,
 na incrível Ilíada de Homero.
 Também sonhei com ideia,
 de me perder pelo mar e
 poder me aventurar com
  Ulisses na Odisseia...

 O que?
Eu não teria paciência?
Logo eu!
 Que vivi todas AS PRIMAVERAS,
Com Casimiro de Abreu.

 Mas que ideia!
 É porque não sabes,
 o tempo que passei
 com   O ATHENEU
 de Raul Pompéia!

Gostei muitíssimo
 de estar com Erico Verissimo.
Conheci tanta gente
 fui pra vários lugares e
 vivi a incrível experiência
do Incidente em Antares...
 E muito me contento
 mesmo por tão breve momento,
 ter viajado na saga de
 O Tempo e o Vento.
E que mulher negaria abrigo
a Um Certo Capitão Rodrigo?

Entrei em total desatino
 ao acompanhar em Minas Gerais.
 O Grande Mentecapto
 de Fernando Sabino.
 E esse, mesmo não estando sozinho,
 estava  a olhar
A Mulher do vizinho...
E sentiu-se realizado
 depois de concluir
 O Encontro marcado.

Mas não conto,
 nenhum dos meus atos,
 De quando estive
 com Gregório de Matos!
Não farei piadas
com suas Poesias Selecionadas.
 Que postura tão ousada
 diante de uma sociedade,
 tão manipulada...
 Na verdade eu o achei
de algum modo eterno
quando o encontrei
 com Ana Maria Mirada
em O Boca do Inferno.
Mas se tratando do Barroco,
é normal que qualquer um
sinta-se um tanto louco,
 trazendo em si certa dose
 de santo do pau-oco.

Cai como que de rasteira,
quando fiquei cara a cara
 com os Sermões de Antonio Vieira.
 Um eloquente sobremaneira...
 Depois resumi, que só mesmo na base do grito.
 para sobreviver em uma época de puro conflito.

 Bebi numa enorme taça
 o delicioso sabor
 da mistura da formação
 de uma incrível raça.
E me cobri e me aqueci
numa envolvente colcha de retalho
que me deu num breve atalho
 em minuciosa explanação.
 Que em pedaços me fiz inteiro
 ao entender a investigação
 do nosso grande antropólogo,
 Darcy Ribeiro
 do seu sumo resumo,
em Povo Brasileiro

  E sempre me imagino,
sendo eu a Da Fé
 de João Ubaldo Ribeiro
. Depois de tanto perguntar,
 e tanto investigar.
 queria eu ter podido gritar
 Viva o Povo brasileiro!

 Dentre os muitos com os quais estive
 nada me causou sentimento tão atroz
como meu encontro com Eça de Queiroz.
Precisei de amparo
 em O Crime do Padre Amaro.
 Hum!
Mas, sem nenhuma culpa
 e sem pedir desculpa,
desfrutaria tal idílio
com o Primo Basílio.

Ah! Não adianta dizer
 que as minhas declarações
 lhe causam estranhas impressões...
Que deixam o sabor azedo
e que te fazem ficar com medo.
Ai que delícia!
 Se o que te assustas são segredos
 agora ouvirás as confissões sobre
Aluísio de Azevedo.
 Fui para o mato com O Mulato
 fiz feitiço no Cortiço
 e por favor,
 Não me chame de mulher suja
 só porque imaginei
como seria com O Coruja…

 Ah é está gostando de brincar?
 Vamos então a José de Alencar.
Se eu fosse IRACEMA...
Seria uma  DIVA!
Em CINCO MINUTOS me tornaria uma
 SENHORA feito LUCÍOLA bela
 E rápida, feito A PATA DA GAZELA
 me fingia de A VIUVINNHA
 Brincaria de esconde-esconde
Pelo meio da mata com
 UBIRAJARA e o GUARANI
Desbancava Ceci e ainda seria,
o grande amor de Peri...

Não sou um ser que,
em tudo vê e põe malícias.
 Acredite,que muito respeitei
 As Memórias de um Sargento de Milícias.

 Não, não me julgues assim!
Incapaz de reconhecer uma coisa boa.
 Sinto que melhoro na essência, depois
 de um longo encontro com Fernando Pessoa.
 Em seus poemas e escritos, eu o sinto por inteiro:
 mesmo estando em Caeiro.
 E ficou melhor minha viagem
depois que li sua Mensagem...

 Também senti o calor dos bravos.
 Com o Poeta dos escravos em
 O Navio Negreiro
 Mesmo em terras tão distantes
 suas Espumas Flutuantes,
nos inspiram ao amor.
 E suas frases tão marcantes
 ainda causam imensa dor,
 ao dizer, que a praça é do povo
como o céu é do condor.

 Sei que não sou e nem fui a primeira
 a me entregar totalmente
 e de forma envolvente
 às poesias de Bandeira.
 Pensei ser a sua
 Estrela da manhã,
 Estrela da tarde
 e porque não,
 Estrela da Vida Inteira…

 Com João Guimarães Rosas,
O grande mágico do reino das palavras.
 Penetrei por entre lavras,
 fui Diadorim em labaredas
pelas matas e alamedas
 em seu Grande Sertão: Veredas.

Atravessei Chapadas e Paredões,
 incríveis espécies de vegetações.
Vi o castigar de um clima nas populações.
Os lugarejos com suas misérias e devoções.
Acampamentos, sobreviventes e muitos doentes;
todo tipo de gente, formavam  bandos e pelotões.
Havia o soldado,o condecorado, o guerreiro e o conselheiro.
Todos seguiam suas missões, com Euclides da Cunha em Os Sertões.

Leninisia Alencar


Taciturno

Aqui onde estou,
Devo permanecer calado.
Não há um culpado!

E nem foi escolha minha,
Viver neste estado:
Sem ninguém ao meu lado.

Isto é próprio da vida,
Que sempre muito atrevida,
Faz questão de querer ser divertida:
E tão exibida põe um fim...

E se compraz em me ver assim…
Já à meio turno: totalmente soturno,
Pouco antes da partida...


Leninisia Alencar

Ilusão

Andar
 andando
 andança
 A vida é uma eterna dança
 Na qual a gente,
 Quer ser sempre
 Uma criança
 Cheia de esperanças,
 Sem ter as nuanças
 Evitando
 As inevitáveis mudanças…


Leninisia Alencar

Dia de folga

O Obrigado
 Chamou Obrigada,
 E disse para ela,
 Que hoje era dia
 De não se fazer nada.

 Ele ainda a convidou
 Para ir a uma balada.
 E esta aceitando,
 Saíram em disparada.
 Chegando ao salão,
 Ela ficou animada.

 Ele todo feliz
 Começou com a chacoalhada.
 E foi tanto a curtição,
 Que ela caiu desmaiada.
 E ele todo exausto,
 Deu aquela espreguiçada.

E no final da festa
A galera agitada.
Só se ouviam essas palavras
Obrigado e Obrigada.


Leninisia Alencar

Poema de Machado

“ Sabes tu de um poeta enorme,
 Que andar não usa
 No chão, e cuja estranha musa
, Que nunca dorme,

 Calça o pé melindroso e livre,
 Como uma pluma
, De folha e flor, de sol e neve,
 Cristal e espuma

, E mergulha, como Leandro
, A forma rara
 No Pó, no Sena, em Guanabara
 E no`Scamandro;

 Ouve o Tupã e escuta o Momo
Sem controvérsia,
 E tanto adora o estudo
, Como adora a inércia;

 Ora do fuste, ora da ogiva;
 Sair parece,;
Ora a Deus do ocidente e esquece
Pelo deus Siva

; Gosta do intrépito infinito
 Gosta das longas
 Solidões  em que se ouve o grito
 Das arapongas

 Se, ama o rápido besouro,
Que zumbe, zumbe.
 E a mariposa que sucumbe
 Na flama do ouro,

 Vaga-lume e borboletas
 Da cor da chama,
 Roxas, brancas, rajadas, pretas
 Não menos ama

 Os hipopótamos tranquilos
 E os elefantes
 E mais os búfalos nadantes,
 E os crocodilos

Como as girafas e as panteras
 Onças, condores,
 Toda casta de bestas-feras
E voadores 

Se não sabes quem ele seja
 Trepa de um salto
 Azul acima, onde mais alto,
 A água negreja;

 Onde morre o clamor iníquo
 Dos violentos;
 Onde não chega o sorriso oblíquo
 Dos fraudulentos

 Então olha de cima posto,
 Para o oceano;
 Verás num longo rosto humano
Teu mesmo rosto;

 E hás de rir, não do riso antigo
 Potente e largo,
 Riso eterno moço amigo;
 Mas de outro amargo,

Como o riso de um deus enfermo,
Que se aborrece
 Da divindade, e que apetece
Também um termo”…

 Machado de Assis
 (Em Papéis avulsos: em homenagem a um amigo.)

Cartão de natal

ABENÇOADOS OS QUE POSSUEM AMIGOS, OS QUE OS TEM SEM PEDIR, PORQUE AMIGO NÃO SE PEDE, NÃO SE COMPRA AMIGO A GENTE SE SENTE! BENDITOS OS QUE SOFREM POR AMIGOS, OS QUE FALAM COM O OLHAR. PORQUE AMIGO NÃO SE CALA, NÃO SE QUESTIONA, NEM SE RENDE. AMIGO A GENTE ENTENDE.

 (MACHADO DE ASSIS)

Cartão de natal de
 Shirlei e Leandro
para
Patricia E Pedro


A confissão

Sou uma perdida
Sem rumo na vida
Buscando sempre
Uma saída
Não sei pra onde
E nem pra que!
Talvez, 
Seja o meu ser
Que vive a fugir,
A se esconder
Por  não querer
Me ver
Com medo de dizer:
Prazer em conhecer!

 Ai que estranho
Ser assim...
É como conhecer o fim
Antes mesmo de nascer!
.
( Ufa!Essa doeu.
Uma confissão
Sobre a fuga 
do meu eu…)

Leninisia Alencar

Lili

Chegou Lili

 Lavou a alma
 Falou com calma
 De voz pausada
 Não alterada
 Pois tudo a limpo
 Que enxaguada!...

 Tal criatura
 Com sua altura
 Não sendo dura
 Mostrou a todos
 Sua postura
 Que compostura!..

 Dos seus projetos
 Estão falando
 Oportunidades,
 Se criando.
 Novas ideias
 E horizontes
 Vão se formando.
 É o futuro
 Se desenhando

 Chegou Lili
Não dividida.
Está decidida
 Não há partida
 A Educação
 É a saída

Chegou Lili
Toda assumida
Bem resolvida.
Uma mulher
Que enfrenta a vida!


Leninisia Alencar

O bailar da cortina

Deitada sobre a cama,
Posso ver pela janela
O lindo azul do céu,
O reflexo do sol em chama:

A se derramar como mel,
O deslizar de uma nuvem bela.
E fico a apreciar,
O gracioso bailar

Da cortina amarela;
Com seus movimentos
Tão precisos

Que parece desprezar,
O esforço do vento
Com risos...

Como a afirmar,
Que o seu balançar
São causados por efeitos
Próprios dela!


Leninisia Alencar

Uma luz na solidão

Eu fui feliz um dia
 Porque tive uma companhia
 Mas logo eu percebia,
 Que ela não mais existia
 Do meu lado,
 Nada mais havia
 Ela desaparecia…
 De repente,
 Fiquei muito contente
 Por lembrar,
 Que num breve instante
 Eu tive um acompanhante
 Hum, foi tão... gratificante!


Leninisia Alencar

( Obrigada, Andreia Paixão)

A CHUVA

A CHUVA QUE CHEGA
 QUE REFRESCA E QUE FINDA
 O CALOR,
 E É BEM-VINDA
 ENCHARCANDO A TERRA
 FAZ COM QUE TODA SERRA
 FIQUE AINDA MAIS LINDA.
 É A CHUVA QUE MOLHA,
 E O SER QUE A OLHA
 SE PERDE TODO EM ENCANTO.
 E O CÉU COM SEU PRANTO
 EMBALA TODOS OS SERES
COM SEU MAIS LINDO CANTO.
COM SEUS PINGOS DANÇANTES
SUAS GOTAS BRILHANTES
 E UM SOM RELAXANTE,
 TRAZ TODA CALMARIA
 QUE QUER NO FIM  DO DIA
O ENTREGUE VIAJANTE.
TEM TAMBÉM TEMPESTADES,
 TEM TAMBÉM VENTANIAS;
 RAIOS, TROVÕES, MUITA ÁGUA
 QUE NEM SEMPRE DESÁGUA
 CAUSANDO AGONIA.
 OH! MINHA VIRGEM-MARIA!!!


Leninisia Alencar

A perda da pedra preciosa

Naquela noite,
 assim que cheguei
 e em casa entrei,
observei:
 Pressenti e percebi
 E então notei
Ele se foi…
 Me arrepiei,
 Até sentei.
 E perguntei
Será?
 Que nunca mais
o terei?
 Sobreviverei?
Se fora para sempre?
Ai que medo!
 Que dói na mente,
de pensar em perde-lo
eternamente.
Logo ele,
tão esperado
 e tão desejado.
Como ficar
 sem algo tão precioso?
 O considero,
de tudo que quero
O mais valioso.
 Que ambiente
 mais enfadonho.
 Imaginar
que nunca mais,
 Teria um sonho.
 Uuuiiiii!
Medonho.
Sempre temi
a sua perda
Sem ele,
sou um zero
a esquerda.
Na sua ausência,
o fantasma aparece,
o medo acontece,
a razão desconhece!
A paz, desaparece.
Quem sabe, uma prece!
Saiba pois, que só depois
de uma noite, com ele ter
Sou toda sorrisos
Logo ao amanhecer.
Me decidi, segui em frente;
ajoelhei, rezei fervorosamente:
querido Pai, me escutai
Não me deixai
morrer neste completo abandono.
Por favor, oh  Criador!
Traga de volta o meu querido,
o meu amado e tão gostoso sono...
Se por acaso, alguém o vir
e ele o ouvir, diga pra vir
Que o que desejo e preciso
 é simplesmente dormir!


Leninisia Alencar

Cor de rosa

ROSA COR-DE-ROSA

NO JARDIM É TÃO FORMOSA.
 É UMA ROSA PEQUENINA
 NÃO PODE SER SUNTUOSA,
 PORQUE LEMBRA UMA MENINA.

ROSA COR-DE-ROSA
TÃO SUTIL, É SÓ BRANDURA
MAS ASSAZ EM SUA CANDURA.
UM SER FULGAZ, CASTA DOÇURA.

 ROSA COR-DE-ROSA,
 DE PRESENÇA TÃO SINGELA
 PODE NÃO SER A MAIS BELA,
 NEM TÃO POUCO A MAIS NOTADA.

MAS DESPERTA A ATENÇÃO,
CAUSA OBSERVAÇÃO
SÓ POR SER TÃO DELICADA.
SENDO ASSIM ADMIRADA

 E POR MUITOS DESEJADA
!


 Leninisia Alencar

Introspecção

GOSTARIA MUITO,
DE ESTAR MAIS EM MIM.
TENTO COM TANTO ESFORÇO
ESTA PERMANÊNCIA.

MAS QUASE SEMPRE ME DEPARO,
COM O QUESITO RESISTÊNCIA
MAS NÃO ME CHAMO DESISTÊNCIA!

AINDA VOU CONSEGUIR,
DE UMA VEZ  POR TODA BANIR
ESTA  CRUEL AUSÊNCIA!

MINHA ARMA? 
A INSISTÊNCIA!|
QUERO ESTAR COMIGO,

AUTO ABANDONO É UM CASTIGO.
QUERO FICAR EM MIM
POIS SOMENTE ASSIM, 

TEREI UMA CHANCE 
DE MERECER O GRANDE LANCE
DE REALMENTE, ESTAR NUM TODO "CONTIGO"
 
 Leninisia Alencar

TPM

O QUE É ISSO?
 QUE PARECE COM FEITIÇO.
 AI QUE ENGUIÇO!
 PARA COM ISSO!
SE ME ESPREGUIÇO
 DÁ REBOLIÇO,
 AH! DEIXA DISSO!
. FICO TÃO IRRATADIÇO
 QUE AO NADA ME IÇO.
 É ALGO REPUDIÇO
 PORQUE ME FAZ SUBMISSO
 E TER UMA ENORME VONTADE
 DE ME DAR UM SUMIÇO!

 Leninisia Alencar

Sedução & Contemplação

MANJERICÃO QUE CHEIRA BEM
 MANJERICÃO QUE TEM SABOR
 MANJERICÃO! O QUE MAIS TENS?
 MANJERICÃO TEM BRANCA FLOR
UM LINDO VERDE É SUA COR
 E AO SENTIR O SEU ODOR
ME LEMBRO DO MEU AMOR...


Contemplação



LÁ NO ALTO DA SERRA
 VEJO A LUZ QUE DESCERRA
  E O SOL QUE ENCERRA
    A SEMENTE NA TERRA
     NÃO SE MENTE NEM ERRA
         QUE A MENTE ENTERRA.

 Leninisia Alencar

O JARDIM

JARDIM BEM COLORIDO
 JARDIM TODO FLORIDO
 PROJETADO EM VÁRIOS CIRCULO
 NUM QUADRADO DEFINIDO

 JARDIM DE TANTAS FLORES
JARDIM DE MUITAS CORES
 CERTAMENTE O SEU NOME
 O RECANTO DOS AMORES

 JARDIM BEM DESENHADO
 JARDIM DOS NAMORADOS
 O SER QUE TE PLANTOU
 É ALGUÉM APAIXONADO

 AH! JARDIM TODINHO EM FLOR
 OH! JARDIM QUE LEMBRA O AMOR
 OI JARDIM DE BELA COR!
 RECEBA ESTA HOMENAGEM
 DE UM HUMILDE MORADOR


  1. Leninisia Alencar

Sidnei...

ESTOU DESCONFIADA
 QUE FIQUEI APAIXONADA.
 EU SINTO UM CALOR,
 QUE EMANA O PRENÚNCIO
 DE UM NOVO E GRANDE AMOR.
 SEU ROSTO É DE UM PRINCÍPE,
 QUAL A BELEZA
 QUE SE LHE  IMPRIME.
. SEU OLHAR É DE UM ANJO,
 TAL PUREZA
 QUE ESTE EXPRIME.
 O SEU TOQUE SE TRADUZ
 COMO A CLAREZA DA LUZ.
 NA TERNURA DA INOCÊNCIA,
 A CARÍCIA MAIS SUBLIME.
 SEU SORRISO,
 É DOS CONTENTES.
 IMAGINE!
 POIS LHE FALTAM
 ALGUNS DENTES…
 SUA VOZ, DESCONHECIDA:
 MAS SE AGUEM A ESCUTASSE,
 CERTAMENTE ESTE DIRIA:
 QUE TEM O SOM DA ALEGRIA!
 E AS RODAS DO DESTINO,
 SEMPRE LEVAM O MENINO.
 MEU CORAÇÃO SE EMUDECE
 QUANDO ELE DESAPARECE.
 ESPANTO RÁPIDO A TRISTEZA!
 AJO COM A CERTEZA
 QUE VOU SORRIR ALEGREMENTE
 SÓ POR VÊ-LO NOVAMENTE.

Leninisia Alencar



O sumiço

Nunca mais me ligou,
 Nunca mais apareceu,
 Que fim será que levou?
 Aonde que se escondeu?

 Aquele sorriso tímido
 Atrás do semblante sério,
 Eu sempre me perguntei
 O porquê de tanto mistério?

 Vagava como uma sombra
 Difícil de decifrar…
 O que ia naquela mente,
 Impossível adivinhar.

 Estava sempre tão distante
Como em algo a pensar,
 Mas se tornava interessante
Na hora do despertar

 Quando falava dizia,
 Que um sentimento havia.
 Mas o quê exatamente?
Isso ninguém entendia...

Tinha tremendo bom gosto,
Um enorme conhecimento.
Foi antes do mês de Agosto
O seu desaparecimento.


Leninisia Alencar

AMIZADE...

Na amizade,
 Não há idade 
Há liberdade.
 É sem falsidade,
 E com lealdade 

 Só pulsa no peito,

 Se houver respeito.

 Em amizade,
 Se pede licença,
 Porque há diferenças,
 Mas não a indiferença!

 Onde existe amizade, 

Existe amor
E as vezes dor. 

Também há folia

 E muita alegria.
 Os contatos são precisos
 E cheio de sorrisos.

 Há muitos encontros

 E desencontros.

 Numa amizade

 Tem opinião!
 E muita união

. Uma amizade,

 Se faz com laços
 E muitos abraços.

 Pra ser amizade,

 Tem que haver igualdade
 E desigualdade!

 Com fidelidade 

E honestidade.

 Porque amizade
 É felicidade.
 Se sente saudade.

 É como a verdade, 

Se pode levar
 Para eternidade.

 A amizade

 Se traduz no olhar,
 É algo tão precioso
 Que dispensa falar.

 É uma aliança
 Que pede confiança.
 Um real tesouro,
 Que se traz na lembrança;

 Quem tem um amigo 

Tem esperança… 

Leninisia Alencar

Sinistra

Ela é essa!
 Que está sempre,
 Com muita pressa.
 Parece que é expressa!
 E só  vive pra fazer
 o que  lhe interessa!
 Se é pra brilhar na peça,
Bem cedo  começa!
 Caso contrário ,
 desinteressa!
 Xiii!
 Tô fora dessa.
 Mas na remessa,
 É boa a beça.
 E arremessa!
 Se perguntar, 
já desconversa. 
 Para assunto sério,
 Não tem conversa.
 A Outra estando,
 Ela é essa.
Não estando a Outra,
 já se transversa!
Em seu caminho,
 nada atravessa!
 Segue em frente, 
E não há nada 
que a impeça
À opiniões?
 É adversa.
 Realidade,
 que lhe é impressa.
 Aproximações,
 logo confessa!
 Desculpe,
 não me interessa. 
Se é reuniões,
logo dispersa:
deu seu horário,
sai cheia de pressa!
Se alguém insiste
Peça, que a despeça!

Leninisia Alencar

CANÇÃO PARA MATHEUS

Lá vem Timbão, Lá vem Timbão
 Está chegando o palhaço Timbão
 Olha o Timbão, olha o Timbão
 Tão colorido como um balão

 É o Timbão, é o Timbão
 Este é o palhaço, palhaço Timbão
 Venha Timbão, venha Timbão 
Traga alegria pro meu coração

 Pula pra lá, pula pra cá
 Pule bem alto
 E me ensine a saltar

 Da cambalhota 
 Faz pirueta, vira estrela
 E pega o cometa

 Roda Timbão, roda Timbão
 Gira bem rápido
 Feito um pião

 Forme a ciranda para girar
 Abra esta roda
 Que eu quero brincar

 Dar gargalhadas
 com brincadeiras 
Muitas risadas
 falando besteiras

 Lá vai Timbão, lá vai Timbão
 Subindo alto igual a um rojão
 Para o trapézio pra balançar
 E na corda bamba tenta equilibrar

 Tão saltitante no picadeiro
 Aprontando arte o tempo inteiro
 Com a bailarina ele vai dançar
 E fazendo mágica para encantar

 Da sua cartola pula coelhinho
 Mexe a casaca, voa passarinho

 Corre Timbão, corre Timbão
 Sai tão ligeiro parece avião
 Vai pelo circo tão serelepe
 Que a plateia encantada repete:

 É um moleque que não tem breque
 Jogando bola e mascando chiclete

(Repete o refrão)

Leninisia Alencar