quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Na hora do medo

Começou a dar errado
Levantou uma enorme bolha
E o local ficou inchado
Na pele fina, que mais parecia
Uma frágil folha

Foi uma briga feia:

Furo após furo
No braço amarrado,
Contorcido e estirado
E uma agulha que serpenteia
Tentando acertar a veia...

Eram muitos os fiascos

Tendo que me manter firme,
Encarando um pote ao lado
Que continha pra encher
Mais de uma duzia de frascos!

A moça de branco

Ficou insegura
Nas suas faces alvas
Pintou um certo rubor
Já a essa altura,
Tava difícil de suportar a dor...

Então fechei os olhos

E lembrei do Moço,
Que um dia sozinho
Lhe enfiaram pregos
E cravaram-lhe espinhos
E Ele sofrendo quietinho,
Nesse momento falou de amor...

...Durante esse pensamento,

Foi enviado o alento:
Um rapaz de calmo semblante
E aspecto seguro,
Pegou minha mão
E de forma confiante
Fez a certeira incisão
Pondo fim àquele tormento

Amém!
Mais um exame
Que terminou bem.

Leninisia Alencar


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