sexta-feira, 17 de outubro de 2014

São Paulo, terra da garoa?...

É pó, é poeira
É fogo, é fogueira
Sujando a calçada
E a rua inteira!

São trilhas de queimadas
A espalhar cinzas
Pelas vias empoeiradas
Asfalto molhado?
Isso é coisa do passado!

Um chão de terra ressequida
Onde a umidade, já há muito
Fora toda consumida
E uma fraca vegetação
Se arrastando pelo vão...

No ar,
Um oceano de poluição
Aonde navega
alheia população...

Um céu eternamente azul:
Com um sol abrasador
De Norte à Sul...

O vento anda tímido, 
A brisa acanhada
As árvores compõem sombras
Com suas folhas ressecadas

O rio ficou tão raso,
Que deixou de criar caso
Carregando seu poluentes:
Não provoca mais enchentes,
Não invade os quintais...

E ninguém sabe mais
O que é uma tempestade,
O que são vendavais!
Não existem mais chuvas, 
Não se vê temporais!

As nuvens, andam à toa
Nem sequer uma garoa!...

O povo que a essa altura
Sonha com a baixa temperatura,
Em seus lamentos e nos seus ais
Pedem aos céus dias chuvosos
Pra salvar os mananciais...

Leninisia Alencar

(Poema feito para a 5ª Mostra de Arte)




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