É pó, é poeira
É fogo, é fogueira
Sujando a calçada
E a rua inteira!
São trilhas de queimadas
A espalhar cinzas
Pelas vias empoeiradas
Asfalto molhado?
Isso é coisa do passado!
Um chão de terra ressequida
Onde a umidade, já há muito
Fora toda consumida
E uma fraca vegetação
Se arrastando pelo vão...
No ar,
Um oceano de poluição
Aonde navega
A alheia população...
Um céu eternamente azul:
Com um sol abrasador
De Norte à Sul...
O vento anda tímido,
A brisa acanhada
As árvores compõem sombras
Com suas folhas ressecadas
O rio ficou tão raso,
Que deixou de criar caso
Carregando seu poluentes:
Não provoca mais enchentes,
Não invade os quintais...
E ninguém sabe mais
O que é uma tempestade,
O que são vendavais!
Não existem mais chuvas,
Não se vê temporais!
As nuvens, andam à toa
Nem sequer uma garoa!...
O povo que a essa altura
Sonha com a baixa temperatura,
Em seus lamentos e nos seus ais
Pedem aos céus dias chuvosos
Pra salvar os mananciais...
Leninisia Alencar
(Poema feito para a 5ª Mostra de Arte)
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