Eu tenho uma amiga,
A Branca!
Que me deu uma rosa
Amarela
Que coloquei no vidro
Verde
Ela floriu e ficou
muito bela
Destacou o
Branco
Das paredes
Realçou a madeira
Parda
Perfumou todo o ambiente
Iluminou por inteiro a sala
E combinou com a cortina
Mostarda
Fiquei encantada,
impressionada...
Me sentindo uma
Felizarda
Quando ela murchou,
Ficou tão estranho
Não ver mais aquela
Cor de ouro
Botei na chaleira,
Fervi, fiz um banho
Pra ficar com o perfume
Daquele inestimável tesouro.
Leninisia Alencar
(Para minha querida amiga Silvana : Obrigado pela rosa)
quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
domingo, 13 de dezembro de 2015
Somatória
Somos
O que somos
E quanto mais
O formos
Melhores
Os somos
Somando
Assim
Uma soma
Afim
Daquilo
Que
Denominamos
"O melhor
de mim"
Leninisia Alencar
O que somos
E quanto mais
O formos
Melhores
Os somos
Somando
Assim
Uma soma
Afim
Daquilo
Que
Denominamos
"O melhor
de mim"
Leninisia Alencar
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
O coral e o banquete
Reuniram a criançada
Para um ensaio na arena
Nos degraus, foram sentadas
Para cantar com voz suave
Uma música serena
O professor com seu violão,
As professoras posicionadas
Passavam a coreografia
Gesticulando com as mãos
Mas de repente,
A meninada que cantava
A melódica canção
Começou a ficar dispersa
Sem prestar mais atenção:
Nas cantigas muito antigas
Somente para olhar
A estranha procissão
Do banquete das formigas.
Começou um leva e traz,
Junto com um disse-me-disse
Que acabou com toda paz;
Bem coisas da meninice
Ouve-se um grito:
Quiiiieeeeeeeetooos!!!
Tarde demais
A molecada só tinha olhos
Pro carregamento de insetos.
Leninisia Alencar
(Ensaio de Natal EPG Benedito Vicente de Oliveira)
Para um ensaio na arena
Nos degraus, foram sentadas
Para cantar com voz suave
Uma música serena
O professor com seu violão,
As professoras posicionadas
Passavam a coreografia
Gesticulando com as mãos
Mas de repente,
A meninada que cantava
A melódica canção
Começou a ficar dispersa
Sem prestar mais atenção:
Nas cantigas muito antigas
Somente para olhar
A estranha procissão
Do banquete das formigas.
Começou um leva e traz,
Junto com um disse-me-disse
Que acabou com toda paz;
Bem coisas da meninice
Ouve-se um grito:
Quiiiieeeeeeeetooos!!!
Tarde demais
A molecada só tinha olhos
Pro carregamento de insetos.
Leninisia Alencar
(Ensaio de Natal EPG Benedito Vicente de Oliveira)
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
Natal na infância
Esta noite,
pegue uma meia
ou um sapatinho
e coloque na janela
E antes de se deitar
pense numa coisa bela
levantando os olhos para o céu
É que hoje vai passar
aquele bondoso velhinho
que chamamos de Noel
Ele gosta de dar presentes
e ver as crianças contentes;
Ainda aproveita para nos lembrar
que é hora de parabenizar:
O Moço de coração puro
que um dia nasceu aqui
só para nos ensinar
que devemos nos amar...
Sua vinda foi tão especial,
que o Seu aniversário,
nós chamamos de Natal!
Ficamos todos felizes
de poder comemorar
este dia especial
E desejar a todos,
um feliz Natal!!!
Leninisia Alencar
pegue uma meia
ou um sapatinho
e coloque na janela
E antes de se deitar
pense numa coisa bela
levantando os olhos para o céu
É que hoje vai passar
aquele bondoso velhinho
que chamamos de Noel
Ele gosta de dar presentes
e ver as crianças contentes;
Ainda aproveita para nos lembrar
que é hora de parabenizar:
O Moço de coração puro
que um dia nasceu aqui
só para nos ensinar
que devemos nos amar...
Sua vinda foi tão especial,
que o Seu aniversário,
nós chamamos de Natal!
Ficamos todos felizes
de poder comemorar
este dia especial
E desejar a todos,
um feliz Natal!!!
Leninisia Alencar
terça-feira, 3 de novembro de 2015
O piano mágico
Dia de finados,
O lixo se acumulava na rua
Carroças e carroceiros
Vestiam as calçadas
Da cidade nua
Os entulhos espalhados
Exalavam o mal cheiro
Despertando à grande metrópole
O seu destino mais verdadeiro...
A frenética capital estava calma
Quase não havia movimento;
Dia de reflexão da alma...
Os transeuntes seguiam tranquilos
Caminhando à passo lento
E eis adiante a visão!
Um enorme portão;
O gigante alienígena
Todo verde e
Estendendo a mão
Como quem diz:
Entrem!
Cheguem mais perto
Estamos de coração aberto
Ao adentrar o ambiente
Logo se percebia
A solidão
No final de tudo,
Estavam todos tão bem
Que resolveram um a um
Cumprimentar e abraçar
O pianista Ruben
Um cubano, grande músico
E bom amigo também.
Leninisia de Alencar
( Para Rubem e Andreia: Este local e um Espaço Cultural Chamado Funarte, fica no centro de São Paulo, uma região deserta, um tanto lúgubre. A rua é tomada por moradores de rua, complicado ir até lá. Os Orixás são as obras expostas que são feitas de material reciclados, todos metalicos. Muito incrível!)
O lixo se acumulava na rua
Carroças e carroceiros
Vestiam as calçadas
Da cidade nua
Os entulhos espalhados
Exalavam o mal cheiro
Despertando à grande metrópole
O seu destino mais verdadeiro...
A frenética capital estava calma
Quase não havia movimento;
Dia de reflexão da alma...
Os transeuntes seguiam tranquilos
Caminhando à passo lento
E eis adiante a visão!
Um enorme portão;
O gigante alienígena
Todo verde e
Estendendo a mão
Como quem diz:
Entrem!
Cheguem mais perto
Estamos de coração aberto
Ao adentrar o ambiente
Logo se percebia
A solidão
Da imensa sala vazia
Mas, como por encanto
Bem ao fundo,
Em algum canto
A bela música que seduzia...
Por mais que se distanciasse
Dava pra ouvir a melodia
Era como se aquele som te chamasse
Pra que você o dançasse
Com o ritmo que envolvia
Parece que aquelas notas,
Tinham algum tipo de magia...
E não por acaso,
Que começou uma euforia;
Lá fora,
No jardim encantado
O metal foi despertado:
Dando vida aos Orixás
Que envolvidos pela canção,
Foram todos inebriados
Para dentro do salão.
Iansâ toda de vermelho
Chamou Ogum e
Começaram a bailar,
Oxossi, e Oxum de amarelo
Também quiseram dançar
Yemanjá com seu lindo tom azul,
Dançou como as águas do Mar
Rodeada de flores
Parar poder festejar
Exu e Oxumare tão reluzentes
Com suas cores vibrantes,
Chamaram a Serpente
E num passo envolvente
Foram os mais contagiantes
E depois de muito cansados,
Pegaram a Nave e os bichos
E fizeram um giro dançante
Aquele casal de manequins,
Que há muito tempo
Estavam afins
Dançaram tanto, tanto, tanto
E acabaram de vez com pranto,
Se entregaram ao louco amor
Mas, como por encanto
Bem ao fundo,
Em algum canto
A bela música que seduzia...
Por mais que se distanciasse
Dava pra ouvir a melodia
Era como se aquele som te chamasse
Pra que você o dançasse
Com o ritmo que envolvia
Parece que aquelas notas,
Tinham algum tipo de magia...
E não por acaso,
Que começou uma euforia;
Lá fora,
No jardim encantado
O metal foi despertado:
Dando vida aos Orixás
Que envolvidos pela canção,
Foram todos inebriados
Para dentro do salão.
Iansâ toda de vermelho
Chamou Ogum e
Começaram a bailar,
Oxossi, e Oxum de amarelo
Também quiseram dançar
Yemanjá com seu lindo tom azul,
Dançou como as águas do Mar
Rodeada de flores
Parar poder festejar
Exu e Oxumare tão reluzentes
Com suas cores vibrantes,
Chamaram a Serpente
E num passo envolvente
Foram os mais contagiantes
E depois de muito cansados,
Pegaram a Nave e os bichos
E fizeram um giro dançante
Aquele casal de manequins,
Que há muito tempo
Estavam afins
Dançaram tanto, tanto, tanto
E acabaram de vez com pranto,
Se entregaram ao louco amor
E foram vivê-lo lá nos confins
No final de tudo,
Estavam todos tão bem
Que resolveram um a um
Cumprimentar e abraçar
O pianista Ruben
Um cubano, grande músico
E bom amigo também.
Leninisia de Alencar
( Para Rubem e Andreia: Este local e um Espaço Cultural Chamado Funarte, fica no centro de São Paulo, uma região deserta, um tanto lúgubre. A rua é tomada por moradores de rua, complicado ir até lá. Os Orixás são as obras expostas que são feitas de material reciclados, todos metalicos. Muito incrível!)
domingo, 1 de novembro de 2015
Cintilar
Ajude-o, em seus
Primeiros passos
Ensine-o, a caminhar:
Seja o compasso
Desse passo-a-passo
E aproveite para passear
Leve-o, para brincar
E participe das Brincadeiras!
Dê boas risadas, cante Cantigas:
Primeiros passos
Ensine-o, a caminhar:
Seja o compasso
Desse passo-a-passo
E aproveite para passear
Leve-o, para brincar
E participe das Brincadeiras!
Dê boas risadas, cante Cantigas:
Daquelas, que são bem antigas
Chute uma bola, brinque de Roda,
De esconde-esconde e fale bobeiras...
Saiba, que são tantas
As estrelas, na vida
De um infante
Que só fica iluminado,
Quem se dispõem a tomar
Essa chuva cintilante.
Leninisia Alencar
(Para minha filha Patricia e meu neto Nuno Fernando)
Chute uma bola, brinque de Roda,
De esconde-esconde e fale bobeiras...
Saiba, que são tantas
As estrelas, na vida
De um infante
Que só fica iluminado,
Quem se dispõem a tomar
Essa chuva cintilante.
Leninisia Alencar
(Para minha filha Patricia e meu neto Nuno Fernando)
sábado, 24 de outubro de 2015
Eu passarinho!
Todo dia bem cedinho
Ao buscar a luz do dia
Dou de cara com o vizinho!
Que visão mais bela...
Ele construiu seu ninho
Bem naquele poste
Que fica de frente
À minha janela...
Leninisia Alencar
"Amo esse casal de Bem-te vi"
Ao buscar a luz do dia
Dou de cara com o vizinho!
Que visão mais bela...
Ele construiu seu ninho
Bem naquele poste
Que fica de frente
À minha janela...
Leninisia Alencar
"Amo esse casal de Bem-te vi"
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
Na hora do medo
Começou a dar errado
Levantou uma enorme bolha
E o local ficou inchado
Na pele fina, que mais parecia
Uma frágil folha
Foi uma briga feia:
Furo após furo
No braço amarrado,
Contorcido e estirado
E uma agulha que serpenteia
Tentando acertar a veia...
Eram muitos os fiascos
Tendo que me manter firme,
Encarando um pote ao lado
Que continha pra encher
Mais de uma duzia de frascos!
A moça de branco
Ficou insegura
Nas suas faces alvas
Pintou um certo rubor
Já a essa altura,
Tava difícil de suportar a dor...
Então fechei os olhos
E lembrei do Moço,
Que um dia sozinho
Lhe enfiaram pregos
E cravaram-lhe espinhos
E Ele sofrendo quietinho,
Nesse momento falou de amor...
...Durante esse pensamento,
Foi enviado o alento:
Um rapaz de calmo semblante
E aspecto seguro,
Pegou minha mão
E de forma confiante
Fez a certeira incisão
Pondo fim àquele tormento
Amém!
Mais um exame
Que terminou bem.
Leninisia Alencar
Levantou uma enorme bolha
E o local ficou inchado
Na pele fina, que mais parecia
Uma frágil folha
Foi uma briga feia:
Furo após furo
No braço amarrado,
Contorcido e estirado
E uma agulha que serpenteia
Tentando acertar a veia...
Eram muitos os fiascos
Tendo que me manter firme,
Encarando um pote ao lado
Que continha pra encher
Mais de uma duzia de frascos!
A moça de branco
Ficou insegura
Nas suas faces alvas
Pintou um certo rubor
Já a essa altura,
Tava difícil de suportar a dor...
Então fechei os olhos
E lembrei do Moço,
Que um dia sozinho
Lhe enfiaram pregos
E cravaram-lhe espinhos
E Ele sofrendo quietinho,
Nesse momento falou de amor...
...Durante esse pensamento,
Foi enviado o alento:
Um rapaz de calmo semblante
E aspecto seguro,
Pegou minha mão
E de forma confiante
Fez a certeira incisão
Pondo fim àquele tormento
Amém!
Mais um exame
Que terminou bem.
Leninisia Alencar
sábado, 17 de outubro de 2015
Deserto
Quanta solidão
Ninguém
fala sim
Ninguém
fala não
Nenhum
sinal
Ninguém
fala bem
Ninguém
fala mal
Ninguém
justifica
Ninguém
dá uma dica
Ninguém
explica
Ninguém
complica
Ninguém
implica
Ninguém
fuxica!
Mas que
borda!
Ninguém
concorda
Ninguém
discorda
Ninguém
dá corda
Ninguém
aborda
Ninguém
acorda
Num silêncio
de coruja
Sem bandido
que fuja,
Um chão
que não suja...
Sem presença
que se insurja,
Um som
Ninguém
fala sim
Ninguém
fala não
Nenhum
sinal
Ninguém
fala bem
Ninguém
fala mal
Ninguém
justifica
Ninguém
dá uma dica
Ninguém
explica
Ninguém
complica
Ninguém
implica
Ninguém
fuxica!
Mas que
borda!
Ninguém
concorda
Ninguém
discorda
Ninguém
dá corda
Ninguém
aborda
Ninguém
acorda
Num silêncio
de coruja
Sem bandido
que fuja,
Um chão
que não suja...
Sem presença
que se insurja,
Um som
que surja!
Uma tempestade
que urja!
Sem
ganho
Sem
perda
Não há
direita
Não há
esquerda!
Falta caminho
pro ser sozinho
Só o indicio
do precipício!!!
Leninisia Alencar
Uma tempestade
que urja!
Sem
ganho
Sem
perda
Não há
direita
Não há
esquerda!
Falta caminho
pro ser sozinho
Só o indicio
do precipício!!!
Leninisia Alencar
Tabuleiro
Quanto mais
se faz
Menos
se fez
E quando
chega a hora
E a vez,
E a vez,
É apenas 1,2,3
E ninguém mais tem vez....
E ninguém mais tem vez....
Parece um jogo
de xadrez
Não vale a intenção,
nem o esforço
e nem a razão
O que vale mesmo,
é a condição
O valor da peça,
depende da sua
atual posição!!!
Leninisia Alencar
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
Oscilante
Sua certeza,
Não é confiável
Sua firmeza,
É abalável
É tarja preta
Fala sozinha,
Expressa às ideias
Fazendo careta
Gosta de andar nua
Tropeça e cai
No meio da rua
Esquece onde está
Pra onde vai,
De onde vem
Sabe que não está bem
Se atrapalha com hora,
Dia, mês e ano.
É a encarnação do engano!
Não é confiável
Sua firmeza,
É abalável
É tarja preta
Fala sozinha,
Expressa às ideias
Fazendo careta
Gosta de andar nua
Tropeça e cai
No meio da rua
Esquece onde está
Pra onde vai,
De onde vem
Sabe que não está bem
Se atrapalha com hora,
Dia, mês e ano.
É a encarnação do engano!
Não sabe aonde estão as coisas
Leninisia Alencar
Não lembra se pagou as contas,
Se tomou os remédios...
Qualquer hora, entra pelo cano!
Às vezes, é tão estranho...
Não quer tomar banho!
Vive olhando pro céu
Sonhando com as asas
Quer andar pelo mundo
Como dentro de casa
Imagina que a liberdade
Seja um imenso quintal
Sem portão e sem grade,
Se tomou os remédios...
Qualquer hora, entra pelo cano!
Às vezes, é tão estranho...
Não quer tomar banho!
Vive olhando pro céu
Sonhando com as asas
Quer andar pelo mundo
Como dentro de casa
Imagina que a liberdade
Seja um imenso quintal
Sem portão e sem grade,
E sem o perigo do mal...
Leninisia Alencar
domingo, 4 de outubro de 2015
Atada
...Tão afim...
De ir embora,
De cair fora,
De dar o fora...
De por tudo pra fora
De jogar tudo fora!
Mas, ainda não é hora...
Embora,
Eu tenho a liberdade
De acabar com essa demora.
Mas, não agora!
Não agora...
Leninisia Alencar
sábado, 3 de outubro de 2015
Enquanto te esperava
A Primavera chegou!
A branca, a pink e a lilás,
Se debruçaram sobre o muro
Sem ao menos olharem pra trás;
Sabe aquele lindo Ipê,
E na parte central,
Em meio ao arvoredo.
Sem ao menos olharem pra trás;
Derramaram suas flores pelo chão,
Pra quando você passasse pelo portão
Sabe aquele lindo Ipê,
Alto e elegante?
Se ajeitou todo pra você.
No seu porte exuberante
E atento à sua chegada,
Floreceeeeeuuuuuu:
Ficou tão radiante,
Que ao vê-lo tão belo
Com o seu ouro amarelo
O Sol se ofendeu!
As Roseiras também floriram
Ficaram com rosas tão abertas:
Rodadas como saias,
Destacando seu forte escarlate
Em meio às samambaias
Até aquela Azaléia,
Um tanto tímida e meio torta
Que vive sozinha do outro lado
Naquele canto perto da horta:
Que ao vê-lo tão belo
Com o seu ouro amarelo
O Sol se ofendeu!
As Roseiras também floriram
Ficaram com rosas tão abertas:
Rodadas como saias,
Destacando seu forte escarlate
Em meio às samambaias
Até aquela Azaléia,
Um tanto tímida e meio torta
Que vive sozinha do outro lado
Naquele canto perto da horta:
Mesmo diante de todo calor,
Se colocou toda em flor
Só pra te ver passar pela porta
Se colocou toda em flor
Só pra te ver passar pela porta
E na parte central,
Em meio ao arvoredo.
Com sua beleza real:
A Callistemon, sem medo
A Callistemon, sem medo
Encheu-se todinha de flores!
Balançando seus lindos
Cachos vermelhos
Para receber os beija-flores
E lá no fundo,
Perto das Goiabeiras,
O pé de Pitanga floriu-se
E todo de branco vestiu-se
O pé de Pitanga floriu-se
E todo de branco vestiu-se
Parecendo uma noiva faceira,
Aguardando a sua volta:
E se manteve assim,
A semana inteira...
Leninisia de alencar
(Para Rosemeire De La Vega)
A semana inteira...
Leninisia de alencar
(Para Rosemeire De La Vega)
sábado, 26 de setembro de 2015
Ateliê do Benedito, onde coisas acontecem
Esse é um conto,
Escrito de ponto-a-ponto.
É sobre uma fada, de nome Elizabete
Que certa vez, resolveu uma história contar...
E com a destreza que lhe compete,
Um teatro ela quis montar!
E sabem por quê?
Queria ver fora do livro,
Todos as personagens
Então, os convocou,
Mandando a seguinte mensagem:
"Quem quiser participar
da peça,
Tem que ensaiar
a beça,
Para fazer uma
boa imagem!"
É... Ela era mesmo muito exigente.
Pois gostaria de mostrar a história
De um modo bem diferente.
Queria que os seres fantásticos
Fossem vistos por toda à gente!
E pra que tudo ficasse perfeito
E bem bonito,
Sabe quem foi convidado para ajuda-la?
Nada mais, nada menos
Do que a turma do Benedito!
Então, minha gente
Mãos a obra!
Entrou em cena, entre outras coisas,
A agulha, a tesoura, a cola e muito papel
Que resultou logo de início,
Em dois belos chapéus.
Confeccionados pela
bela jovem
De cabelos cor de mel.
Logo veio a Bruxa pra pegar o seu,
Já olhando de soslaio e toda vaidosa
Com muita inveja das lindas penas
Da Coruja graciosa...
Da máquina de costura,
Saiu uma linda roupa verde
Pra vestir o Duende
Também verde saiu uma Cobra
Se enrolando toda de ciúmes e mau humor
" Se é que alguém me entende",
( Na verdade, só ela queria ter essa cor)
Em seguida, veio o rabo
Do poderoso Dragão:
Querendo disputar forças,
Com o bravo Tubarão
Mas o rei da danação,
Era o tal do Babuíno
Que se juntou com os Fantasmas,
Pra fazer suas travessuras
E bagunçar feito menino:
Se embrenhou por entre as árvores
E foi parar bem num atalho
Tropeçando no Unicórnio
Que fugia do Espantalho:
Este zangado reclamava,
Pelo seu chapéu de palha
Que ficou todo furado
Por aquele que o emprestou,
Usando sem nenhum cuidado
E devolvendo igual uma tralha!
Nessa correria toda,
Alguém pisou no dedão do Lobo mau
Que de tão furioso ficou ruivo
E soltou um tremendo uivo:
-Uuuuuuaaaaaaaaaaaaaauuuuuuuuuu!!!
Ele muito nervoso,
Ainda quis puxar briga!
Para acalmar os ânimos,
A turma disse não gostar de intriga.
Mas... quando parecia que estava tudo bem,
Passou uma Abelha e uma Borboleta
Que formavam uma dupla de espoletas
Voando bem alto, e de lá gritaram:
- Hei! Seu cara de joelho!
-Vai procurar a vovozinha
E achar a Chapeuzinho vermelho
-Aquela chata que só sabe comer docinhos
E nunca sai da frente do espelho!
O Lobo-mau muito irado,
Perguntou:
-Quem disse isso?
-Tão querendo mais enguiço?!
E nisso...
Apareceu o Pirata malvado,
Já apontando para o lado
Onde dormia o Gato sossegado
Perto do Sapo espantado.
Um deu um pulo
E outro um salto
E juntos gritaram bem alto:
-Ah, não foi a gente não!
-Foi alguém da multidão!
Minha gente,
Disso gerou tamanha discussão
Daquelas,
Onde todos querem ter razão!
Parecia não haver solução
Que confusão!
As Crianças que entravam
E saiam, se divertiam
Com toda a algazarra
E muito riam
Vendo aquela farra
Foi neste momento,
Que a moça que cortava, colava,
Fazia máscaras, crochê e bordava!
Levantou-se, e disse, com sua voz
Macia, suave, delicada e baixa:
-Vou dobrar essas fantasias,
Colocar nos sacos
E guardar tudo na caixa!
-Ah! E daí só sairão
No dia da apresentação!
E foi tudo organizado
Na maior arrumação
Ficou uma perfeição
Aiiii... Que sossego bom...
Leninisia Alencar
(A professora da EPG Benedito Vicente de Oliveira, Elizabete Ferreira do 1º ano A, teve a iniciativa de montar uma peça teatral com seu alunos a partir do livro: Bruxa, bruxa venha à minha festa, de Arden Druce e com ilustrações de Pat Ludlow.
O professor de inglês, Douglas Oliveira de Paula, achou que seria legal apresentar a peça no mesmo idioma, por se tratar da origem da história e dos autores.
E assim foi feito e foi um sucesso.
Apoio a iniciativa
Gestão: Mônica Pinheiro dos Santos, diretora
Cristiane Furini Borba e
Vania Madeira, coordenadoras
Equipe de produção e confecção:
Professora Elizabete Ferreira
Professor Douglas Oliveira de Paula
Marlene Gomes
Tháis Romano
Vania Madeira
Cristiane Furini Borba
Leninisia Alencar
Sobre a autora
"Leninisia Alencar é agente escolar na rede pública da prefeitura de Guarulhos. Sempre gostou de escrever sobre os fatos e as coisas simples da vida. Mas, foi quando passou a trabalhar nas Escolas de Educação Infantil, que descobriu um universo infinito de possibilidades para sua imaginação.
Sua inspiração vem do dia-a-dia. É do cotidiano que saem os poemas, os versos, as poesias e as histórias.
Email aydan1000@gmail.com
Escrito de ponto-a-ponto.
É sobre uma fada, de nome Elizabete
Que certa vez, resolveu uma história contar...
E com a destreza que lhe compete,
Um teatro ela quis montar!
E sabem por quê?
Queria ver fora do livro,
Todos as personagens
Então, os convocou,
Mandando a seguinte mensagem:
"Quem quiser participar
da peça,
Tem que ensaiar
a beça,
Para fazer uma
boa imagem!"
É... Ela era mesmo muito exigente.
Pois gostaria de mostrar a história
De um modo bem diferente.
Queria que os seres fantásticos
Fossem vistos por toda à gente!
E pra que tudo ficasse perfeito
E bem bonito,
Sabe quem foi convidado para ajuda-la?
Nada mais, nada menos
Do que a turma do Benedito!
Então, minha gente
Mãos a obra!
Entrou em cena, entre outras coisas,
A agulha, a tesoura, a cola e muito papel
Que resultou logo de início,
Em dois belos chapéus.
Confeccionados pela
bela jovem
De cabelos cor de mel.
Logo veio a Bruxa pra pegar o seu,
Já olhando de soslaio e toda vaidosa
Com muita inveja das lindas penas
Da Coruja graciosa...
Da máquina de costura,
Saiu uma linda roupa verde
Pra vestir o Duende
Também verde saiu uma Cobra
Se enrolando toda de ciúmes e mau humor
" Se é que alguém me entende",
( Na verdade, só ela queria ter essa cor)
Em seguida, veio o rabo
Do poderoso Dragão:
Querendo disputar forças,
Com o bravo Tubarão
Mas o rei da danação,
Era o tal do Babuíno
Que se juntou com os Fantasmas,
Pra fazer suas travessuras
E bagunçar feito menino:
Se embrenhou por entre as árvores
E foi parar bem num atalho
Tropeçando no Unicórnio
Que fugia do Espantalho:
Este zangado reclamava,
Pelo seu chapéu de palha
Que ficou todo furado
Por aquele que o emprestou,
Usando sem nenhum cuidado
E devolvendo igual uma tralha!
Nessa correria toda,
Alguém pisou no dedão do Lobo mau
Que de tão furioso ficou ruivo
E soltou um tremendo uivo:
-Uuuuuuaaaaaaaaaaaaaauuuuuuuuuu!!!
Ele muito nervoso,
Ainda quis puxar briga!
Para acalmar os ânimos,
A turma disse não gostar de intriga.
Mas... quando parecia que estava tudo bem,
Passou uma Abelha e uma Borboleta
Que formavam uma dupla de espoletas
Voando bem alto, e de lá gritaram:
- Hei! Seu cara de joelho!
-Vai procurar a vovozinha
E achar a Chapeuzinho vermelho
-Aquela chata que só sabe comer docinhos
E nunca sai da frente do espelho!
O Lobo-mau muito irado,
Perguntou:
-Quem disse isso?
-Tão querendo mais enguiço?!
E nisso...
Apareceu o Pirata malvado,
Já apontando para o lado
Onde dormia o Gato sossegado
Perto do Sapo espantado.
Um deu um pulo
E outro um salto
E juntos gritaram bem alto:
-Ah, não foi a gente não!
-Foi alguém da multidão!
Minha gente,
Disso gerou tamanha discussão
Daquelas,
Onde todos querem ter razão!
Parecia não haver solução
Que confusão!
As Crianças que entravam
E saiam, se divertiam
Com toda a algazarra
E muito riam
Vendo aquela farra
Foi neste momento,
Que a moça que cortava, colava,
Fazia máscaras, crochê e bordava!
Levantou-se, e disse, com sua voz
Macia, suave, delicada e baixa:
-Vou dobrar essas fantasias,
Colocar nos sacos
E guardar tudo na caixa!
-Ah! E daí só sairão
No dia da apresentação!
E foi tudo organizado
Na maior arrumação
Ficou uma perfeição
Aiiii... Que sossego bom...
Leninisia Alencar
(A professora da EPG Benedito Vicente de Oliveira, Elizabete Ferreira do 1º ano A, teve a iniciativa de montar uma peça teatral com seu alunos a partir do livro: Bruxa, bruxa venha à minha festa, de Arden Druce e com ilustrações de Pat Ludlow.
O professor de inglês, Douglas Oliveira de Paula, achou que seria legal apresentar a peça no mesmo idioma, por se tratar da origem da história e dos autores.
E assim foi feito e foi um sucesso.
Apoio a iniciativa
Gestão: Mônica Pinheiro dos Santos, diretora
Cristiane Furini Borba e
Vania Madeira, coordenadoras
Equipe de produção e confecção:
Professora Elizabete Ferreira
Professor Douglas Oliveira de Paula
Marlene Gomes
Tháis Romano
Vania Madeira
Cristiane Furini Borba
Leninisia Alencar
Sobre a autora
"Leninisia Alencar é agente escolar na rede pública da prefeitura de Guarulhos. Sempre gostou de escrever sobre os fatos e as coisas simples da vida. Mas, foi quando passou a trabalhar nas Escolas de Educação Infantil, que descobriu um universo infinito de possibilidades para sua imaginação.
Sua inspiração vem do dia-a-dia. É do cotidiano que saem os poemas, os versos, as poesias e as histórias.
Email aydan1000@gmail.com
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
Na contra mão
Hoje, não vou tomar nenhum remédio!
Não quero saber se vou ter crise de euforia
Ou se vou morrer de tédio!
Hoje, não vou fazer nenhuma oração!
Não pensar se serei condenada
Ou se terei salvação!
Hoje, quero ter o direito de me sentir triste,
De chorar de saudade e fazer cara feia!
E discordar de um sistema que insiste
Que devo ser alegre feito um bobo-da-corte
E ser sempre bela como uma sereia!
Hoje, quero contar minha própria história
Quero falar da minha dor
Não me preocupar se vou ter vitória
E assumir o meu mal humor
Admitir todo o meu cansaço,
Gritar bem alto que me falta um pedaço!
Hoje, não quero saber
De presente, passado ou futuro;
Me libertar dessa referência que me intriga
Quebrar o elo que me prende e me obriga
A viver esse tempo tão escuro!
Hoje, quero viver simplesmente
Aquilo que eu sou em essência,
Escancarar as lacunas
Onde se esconde minha indecência
Mostrar falhas, defeitos e erros
Encarar todos os meus medos
Perseguir incertezas, idolatrar dúvidas
E expor de vez, que eu tenho segredos!
Hoje, quero liberar os meus sentidos,
Olhar para o horizonte perdido
Ouvir uma voz sussurrar nos meus ouvidos:
Que chegou a hora de por em prática,
Tudo aquilo que ainda não foi vivido!
Leninisia Alencar
Não quero saber se vou ter crise de euforia
Ou se vou morrer de tédio!
Hoje, não vou fazer nenhuma oração!
Não pensar se serei condenada
Ou se terei salvação!
Hoje, quero ter o direito de me sentir triste,
De chorar de saudade e fazer cara feia!
E discordar de um sistema que insiste
Que devo ser alegre feito um bobo-da-corte
E ser sempre bela como uma sereia!
Hoje, quero contar minha própria história
Quero falar da minha dor
Não me preocupar se vou ter vitória
E assumir o meu mal humor
Admitir todo o meu cansaço,
Gritar bem alto que me falta um pedaço!
Hoje, não quero saber
De presente, passado ou futuro;
Me libertar dessa referência que me intriga
Quebrar o elo que me prende e me obriga
A viver esse tempo tão escuro!
Hoje, quero viver simplesmente
Aquilo que eu sou em essência,
Escancarar as lacunas
Onde se esconde minha indecência
Mostrar falhas, defeitos e erros
Encarar todos os meus medos
Perseguir incertezas, idolatrar dúvidas
E expor de vez, que eu tenho segredos!
Hoje, quero liberar os meus sentidos,
Olhar para o horizonte perdido
Ouvir uma voz sussurrar nos meus ouvidos:
Que chegou a hora de por em prática,
Tudo aquilo que ainda não foi vivido!
Leninisia Alencar
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
Depoimento sobre inclusão
Depoimento sobre inclusão.
Relatório do Caso Mateus
Junho de 2010, eu trabalhava na Secretaria da Educação, "D E E"
Um dia, a chefe do departamento me chamou, e disse que eu seria enviada à uma escola da periferia para cuidar de uma criança especial, e que se tratava de um caso muito grave. Me passou alguns pormenores, dentre eles, que o caso era acompanhado pelo Conselho tutelar em parceria com a escola, tendo inclusive o monitoramento à família.
Eu a questionei, perguntando: baseada em que você acha que eu posso ajudar nesta causa?
E ela me respondeu, na a sua experiência de vida! É o que eu tenho na mão pra mandar pra lá, é pegar ou largar! Me desejou boa sorte, e lá fui eu.
Quando cheguei na escola, a criança ainda não a frequentava, apesar de já estar matriculada, pois só poderia vir aquando tivesse um cuidador.
Conheci a direção que me colocou a par de toda a situação.
"Posteriormente essa diretora me confessou que quando me viu, pensou consigo: ( Mas não é possível, que além de me receber um caso grave de inclusão, ainda me contemplam com uma agente escolar velha e surda pra cuidadora!)"
Enfim, chegou o Mateus...
Quando eu o olhei, percebi que, aquilo que me disseram se tratar de um caso grave, era na verdade, muito, mas muito mais grave do que se poderia imaginar.
Ele tinha 8 anos, tamanho de 3, e havia começado a andar recentemente, e o fazia com muita dificuldade, isto é, era necessário segura-lo pelas mãos o tempo todo, caso contrário, ele cairia, pois não tinha equilíbrio, direção e força suficiente para caminhar sozinho.
Não falava, chorava o tempo todo e gritava muito. Era inquieto, agitado e se debatia descontroladamente "Só se acalmava no colo ouvindo canções de ninar" Ah, e tinha que ser em pé!
Tinha feridas pelo corpo todo, inclusive na cabeça: daquelas que escorrem e cheiram mal, e devido a imunidade baixa, estava constantemente gripado, com febre e o nariz sempre escorrendo. Babava muito, e também sofria de uma diarreia crônica, que tinha dias de não haver fraldas e roupas suficientes!
Era epilético, e portava um certo grau de Altismo. Reagia agressivamente com mordidas fortes quando se sentia contrariado. Não tinha controle nas mãos e jogava no chão tudo que era colocado à sua frente.
Chegada a sala de aula
As crianças foram avisadas das limitações e condições do Mateus, elas reagiram com naturalidade e o receberam com muito carinho e boa vontade. Todos procuravam agrada-lo, acaricia-lo, ofereciam todo tipo de ajuda e brincavam muito com ele.
"Eu ficava com ele no fundo da sala, num cercadinho improvisado. Ele não tinha condições de ficar sentado carteira como as outras crianças: seria perigoso no seu caso!"
A maior resistência veio dos adultos, que muitas vezes ao olha-lo diziam, credo, ninguém merece ter uma coisa dessa na sua sala! Por vezes me falavam: Dna Leni, dá uns tapas neste moleque, quero ver se ele não fica quieto!..
Na convivência do dia-a.dia
Quando a professora dele faltava, na hora de distribuir os alunos, não raro se ouvia:
ah, não venha com isso pra cá! Por favor, não me entra com isso aqui! Eu não quero isso na minha sala! Ai, sai com isso daqui! Era muito triste....
Diante de tudo isto, eu vi que para cuidar bem dele e protegê-lo, só me restava um caminho, fazer de conta que ele era meu filho; e assim eu o fiz...
....Passaram-se seis meses...
E dentro de suas limitações, e nas condições da escola, o menino Mateus consegui se desenvolver e atingir um certo grau de aprendizado
Passou a olhar nos olhos, a sorrir, atendia quando chamavam o seu nome, e gostava de brincar de roda "Que aliás, foi sua primeira brincadeira". Seu maior encantamento era ver as crianças brincando, fazendo piruetas, virando estrela, dando cambalhotas e correndo. Vibrava de alegria com o futebol; amava a bola e o gol. Foi assim que criou e adquiriu equilíbrio, começou a andar melhor: ficou mais hígido!
Descobriu que podia pular: quando eu ia troca-lo, pulava sem parar e ria de felicidade.Tentava correr, subia os degraus do palco,
"Que era o lugar aonde eu permanecia com ele a maior parte do tempo."
Aprendeu a subir nas cadeiras, nas mesas e também gostava de abrir as torneiras, pois como toda criança, adorava brincar na água.
Se alimentava muito bem: Tive a felicidade de ver a primeira vez que ele pegou na colher e tentou por a comida na boca.
Também tive a felicidade de vê-lo balbuciar a sua primeira palavra:
"Um dia, de repente quando estava sentada no palco com ele no colo, o professor de educação física se aproximou e ficou de costas com a bola no braço, ele apontou com a mão e disse: boba!
Sabia da hora de ir embora, ficava contente porque gostava de andar de perua.
"Ao final do ano suas feridas desapareceram devido ele tomar sol todos os dias. Sua imunidade aumentou, criando assim, mais resistência no organismo e como consequência melhorando o quadro de saúde."
A cada descoberta, a cada melhora, a comemoração era geral.
A escola toda, como também toda a comunidade, vibravam com progresso do Mateus.
"Era como se fosse uma plateia torcendo a cada dia pelo seu sucesso"
Bom, como eu resumi tudo isso?
Em uma canção de ninar que eu fiz para ele, baseada em seu próprio desenvolvimento, e na rotina diária dele na escola e das horas que passamos juntos.
A música chama-se Canção para Mateus
Relatório do Caso Mateus
Junho de 2010, eu trabalhava na Secretaria da Educação, "D E E"
Um dia, a chefe do departamento me chamou, e disse que eu seria enviada à uma escola da periferia para cuidar de uma criança especial, e que se tratava de um caso muito grave. Me passou alguns pormenores, dentre eles, que o caso era acompanhado pelo Conselho tutelar em parceria com a escola, tendo inclusive o monitoramento à família.
Eu a questionei, perguntando: baseada em que você acha que eu posso ajudar nesta causa?
E ela me respondeu, na a sua experiência de vida! É o que eu tenho na mão pra mandar pra lá, é pegar ou largar! Me desejou boa sorte, e lá fui eu.
Quando cheguei na escola, a criança ainda não a frequentava, apesar de já estar matriculada, pois só poderia vir aquando tivesse um cuidador.
Conheci a direção que me colocou a par de toda a situação.
"Posteriormente essa diretora me confessou que quando me viu, pensou consigo: ( Mas não é possível, que além de me receber um caso grave de inclusão, ainda me contemplam com uma agente escolar velha e surda pra cuidadora!)"
Enfim, chegou o Mateus...
Quando eu o olhei, percebi que, aquilo que me disseram se tratar de um caso grave, era na verdade, muito, mas muito mais grave do que se poderia imaginar.
Ele tinha 8 anos, tamanho de 3, e havia começado a andar recentemente, e o fazia com muita dificuldade, isto é, era necessário segura-lo pelas mãos o tempo todo, caso contrário, ele cairia, pois não tinha equilíbrio, direção e força suficiente para caminhar sozinho.
Não falava, chorava o tempo todo e gritava muito. Era inquieto, agitado e se debatia descontroladamente "Só se acalmava no colo ouvindo canções de ninar" Ah, e tinha que ser em pé!
Tinha feridas pelo corpo todo, inclusive na cabeça: daquelas que escorrem e cheiram mal, e devido a imunidade baixa, estava constantemente gripado, com febre e o nariz sempre escorrendo. Babava muito, e também sofria de uma diarreia crônica, que tinha dias de não haver fraldas e roupas suficientes!
Era epilético, e portava um certo grau de Altismo. Reagia agressivamente com mordidas fortes quando se sentia contrariado. Não tinha controle nas mãos e jogava no chão tudo que era colocado à sua frente.
Chegada a sala de aula
As crianças foram avisadas das limitações e condições do Mateus, elas reagiram com naturalidade e o receberam com muito carinho e boa vontade. Todos procuravam agrada-lo, acaricia-lo, ofereciam todo tipo de ajuda e brincavam muito com ele.
"Eu ficava com ele no fundo da sala, num cercadinho improvisado. Ele não tinha condições de ficar sentado carteira como as outras crianças: seria perigoso no seu caso!"
A maior resistência veio dos adultos, que muitas vezes ao olha-lo diziam, credo, ninguém merece ter uma coisa dessa na sua sala! Por vezes me falavam: Dna Leni, dá uns tapas neste moleque, quero ver se ele não fica quieto!..
Na convivência do dia-a.dia
Quando a professora dele faltava, na hora de distribuir os alunos, não raro se ouvia:
ah, não venha com isso pra cá! Por favor, não me entra com isso aqui! Eu não quero isso na minha sala! Ai, sai com isso daqui! Era muito triste....
Diante de tudo isto, eu vi que para cuidar bem dele e protegê-lo, só me restava um caminho, fazer de conta que ele era meu filho; e assim eu o fiz...
....Passaram-se seis meses...
E dentro de suas limitações, e nas condições da escola, o menino Mateus consegui se desenvolver e atingir um certo grau de aprendizado
Passou a olhar nos olhos, a sorrir, atendia quando chamavam o seu nome, e gostava de brincar de roda "Que aliás, foi sua primeira brincadeira". Seu maior encantamento era ver as crianças brincando, fazendo piruetas, virando estrela, dando cambalhotas e correndo. Vibrava de alegria com o futebol; amava a bola e o gol. Foi assim que criou e adquiriu equilíbrio, começou a andar melhor: ficou mais hígido!
Descobriu que podia pular: quando eu ia troca-lo, pulava sem parar e ria de felicidade.Tentava correr, subia os degraus do palco,
"Que era o lugar aonde eu permanecia com ele a maior parte do tempo."
Aprendeu a subir nas cadeiras, nas mesas e também gostava de abrir as torneiras, pois como toda criança, adorava brincar na água.
Se alimentava muito bem: Tive a felicidade de ver a primeira vez que ele pegou na colher e tentou por a comida na boca.
Também tive a felicidade de vê-lo balbuciar a sua primeira palavra:
"Um dia, de repente quando estava sentada no palco com ele no colo, o professor de educação física se aproximou e ficou de costas com a bola no braço, ele apontou com a mão e disse: boba!
Sabia da hora de ir embora, ficava contente porque gostava de andar de perua.
"Ao final do ano suas feridas desapareceram devido ele tomar sol todos os dias. Sua imunidade aumentou, criando assim, mais resistência no organismo e como consequência melhorando o quadro de saúde."
A cada descoberta, a cada melhora, a comemoração era geral.
A escola toda, como também toda a comunidade, vibravam com progresso do Mateus.
"Era como se fosse uma plateia torcendo a cada dia pelo seu sucesso"
Bom, como eu resumi tudo isso?
Em uma canção de ninar que eu fiz para ele, baseada em seu próprio desenvolvimento, e na rotina diária dele na escola e das horas que passamos juntos.
A música chama-se Canção para Mateus
terça-feira, 1 de setembro de 2015
Benedito e suas lendas... "Mês do folclore; 2015"
A lenda da sereia Medonha
Era uma vez uma sereia
Que tinha uma cara muito feia
Com um enorme rabo prateado
que lembrava uma baleia
Os seus braços eram finos,
sua barriga estufada,
tão redonda e esquisita
que parecia uma almofada
Os seus olhos eram medonhos!
Coisa que só se vê em sonhos...
Uma cabeça bem estranha
com cabelos espalhados,
sobre um rosto ovalado
Quem olhava de repente,
ficava bem espantado!
...Um velho saci que vivia
numa mata ao lado,
quando a viu,
levou um baita susto!
Que ficou todo arrepiado...
Ele ficou tão apavorado,
que tomou uma decisão:
Invocou um redemoinho,
e ficou bem pequenininho
Aproveitou a força dos raios,
e sumiu bem rapidinho!
Também moravam no mesmo mar
um peixe, uma tartaruga
e uma estrela do mar
Que de tão amedrontados,
resolveram fazer as malas
e fugiram pra outro lugar!!!
Leninisia Alencar
Era uma vez uma sereia
Que tinha uma cara muito feia
Com um enorme rabo prateado
que lembrava uma baleia
Os seus braços eram finos,
sua barriga estufada,
tão redonda e esquisita
que parecia uma almofada
Os seus olhos eram medonhos!
Coisa que só se vê em sonhos...
Uma cabeça bem estranha
com cabelos espalhados,
sobre um rosto ovalado
Quem olhava de repente,
ficava bem espantado!
...Um velho saci que vivia
numa mata ao lado,
quando a viu,
levou um baita susto!
Que ficou todo arrepiado...
Ele ficou tão apavorado,
que tomou uma decisão:
Invocou um redemoinho,
e ficou bem pequenininho
Aproveitou a força dos raios,
e sumiu bem rapidinho!
Também moravam no mesmo mar
um peixe, uma tartaruga
e uma estrela do mar
Que de tão amedrontados,
resolveram fazer as malas
e fugiram pra outro lugar!!!
Leninisia Alencar
sexta-feira, 28 de agosto de 2015
No meio do caminho havia um menino
Havia um menino no meio do caminho...
Que no parque
E na quadra
Em meio aos brinquedos
Na maior gritaria
No refeitório, na sala
Comandava a folia...
Ele parava
Assim que a via
E a senhora grisalha,
Já largava a labuta
Girando pelo ar
"-Você sentiu saudades de mim?,
-Você ficou com muitas saudades de mim?"
...Era sempre assim
...Era como se ele viesse,
De um tempo distante
Que os anjos o enviaram,
Simplesmente pra despertar
Qual jabuticaba
...Aquela criatura
Assim que a via
E logo dizia:
-Oi tia!...
Estivesse, onde estivesse
Estivesse, onde estivesse
Ele a reconhecia...
Já largava a labuta
Do seu dia-a-dia
Pra ganhar o abraço
E sentir a magia,
Se envolvendo num laço
Da mais pura energia...
Ele suspenso
Em seus braços,
Em plena euforia,
Começava a falar:
-Você ficou com muitas saudades de mim?"
...Era sempre assim
...Era como se ele viesse,
De um tempo distante
De histórias de amor sem fim
Pra lhe dizer num breve instante;
Simplesmente pra despertar
A importância de se amar...
... Seus olhos negros,
... Seus olhos negros,
Que traziam a certeza
Do final da tristeza
E da alegria que não se acaba
Tão pequena
De expressão inocente,
Espontânea e serena
Na sua simplicidade,
De expressão inocente,
Espontânea e serena
Na sua simplicidade,
Mostrando
O quanto a vida vale a pena!
O quanto a vida vale a pena!
Leninisia Alencar
"
"Maycon Douglas, 4 anos, aluno do Estágio 1 D," BVO "que faltava muito.
Mas, que toda vez que me via tinha este tipo de reação, da qual eu me emocionava muito"
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